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REFORMA AOS PEDAÇOS
Partido contraria os planos do governo, que teme ter que fazer novas concessões na proposta
PMDB quer mudar previdenciária no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A bancada do PMDB no Senado decidiu ontem defender mudanças na reforma da Previdência
nos seguintes pontos: subteto salarial dos servidores de Estados e
municípios, regras de transição
para favorecer servidores prestes
a se aposentarem, idade para a
aposentadoria compulsória (ampliando de 70 para 75 anos), taxação de inativos para isentar os
portadores de doenças graves e os
servidores com mais de 70 anos e
inclusão das donas-de-casa no
sistema previdenciário.
O PMDB ainda quer "mecanismos de controle social da Previdência, baseado na transparência
dos gastos, concessão de benefícios e de gestão do sistema".
O governo aceita que o Senado
faça alterações na reforma da Previdência, mas pretende eliminar
etapas de negociação das mudanças, numa tentativa de reduzir o
poder de pressão da oposição.
Seguindo essa estratégia, o líder
do PT, Tião Viana (AC), poderá
apresentar seu parecer hoje à CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) mantendo o texto da Câmara, com a intenção de negociar as
mudanças depois.
Governistas avaliavam ontem
que, se o parecer preliminar já incorporasse algumas alterações, o
relator seria forçado a fazer novas
concessões, diante das pressões
dos partidos de oposição.
O líder da PMDB, Renan Calheiros (AL), afirmou que o partido irá "negociar à exaustão" as
mudanças com o governo e com
os líderes partidários.
"O PMDB tem compromisso
com a governabilidade, mas vai
trabalhar para melhorar a reforma da Previdência. Esse [os seis
pontos] é o primeiro passo de
uma negociação que tende a ir até
a última hora", disse Renan.
Hoje, a bancada peemedebista
terá um jantar com o ministro Ricardo Berzoini (Previdência).
O parecer será apresentado hoje
à tarde numa reunião extraordinária da CCJ. Às 10h haverá audiência pública com a presença,
segundo Viana, dos governadores
Germano Rigotto (RS), Marconi
Perillo (GO), Wilma Faria (RN),
Eduardo Braga (AM) e Geraldo
Alckmin (SP).
Viana reafirmou a necessidade
de alterações para "aperfeiçoar" o
texto e citou o que pode ser mudado: subteto salarial de Estados e
municípios, isenção da contribuição de inativos para alguns casos,
como doenças graves e idade
avançada, regras de transição e
gestão dos fundos de pensão, para
aumentar o controle social.
O líder do governo, Aloizio
Mercadante (PT-SP), defendeu
que qualquer mudança seja feita
de comum acordo com os governadores.
No caso do subteto, ele repetiu
que uma alternativa é manter o
salário de governador como teto
dos servidores do Executivo estadual, mas incluir no texto um dispositivo delegando ao governador o poder de fixar novo limite,
enviando um projeto para a Assembléia Legislativa. O mesmo
poderia ocorrer nos municípios.
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