São Paulo, sábado, 17 de setembro de 2005

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OUTRO LADO

Advogado vê erro em prestação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado José Eduardo Alckmin, que no inquérito do "mensalinho" defende o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), e a secretária Gabriela Kênia Martins, afirma que pode ter havido "erro" na prestação de contas relacionada à campanha de Severino Cavalcanti Júnior para deputado estadual em Pernambuco em 2002.
"A prestação de contas deve estar errada. Até porque, como ele faleceu [Severino Júnior foi vítima de um acidente em agosto de 2002], a pessoa que preparou essa contabilidade não devia ter todos os elementos referentes às despesas que ele teve", declarou José Eduardo.
Conforme o advogado, um funcionário do gabinete de Severino, cujo nome ele não se recorda, possui anotações relativas à época que seriam capazes de esclarecer a qual fornecedor teria sido destinado o dinheiro sacado da conta do empresário Sebastião Buani.
"Estamos trabalhando para buscar todos os elementos sobre o que aconteceu na ocasião. Ele esteve em Brasília, contatou a gráfica, acertou o preço e pagou. Como ele faleceu, a história ninguém sabe. Estamos trabalhando e vamos provar, porque esse fornecedor vai aparecer", disse o advogado, reafirmando que o presidente da Câmara nunca teve conhecimento do episódio.
A defesa trabalha, ainda, com a possibilidade de que Severino Júnior tenha pego o dinheiro emprestado de Buani, numa operação de agiotagem.
Usa-se como elemento para sustentar essa hipótese uma anotação que existe no verso do cheque de R$ 7.500, assinado por Buani e descontado por Gabriela Kênia Martins, secretária do deputado, em 30 de julho de 2002. Está escrito "(-690,20) ". José Eduardo acredita que seria uma indicação sobre a comissão supostamente cobrada por Buani sobre o empréstimo que teria sido feito ao filho do parlamentar.


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