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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ A HORA DO "MENSALINHO"
Candidatura do relator da CPI dos Correios foi sugerida pelo pefelista Antonio Carlos Magalhães, que lidera bloco de 20 deputados
Serraglio é opção contra resistência a Temer
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No caso de o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, realmente renunciar, surgiu o nome
de um azarão para sucedê-lo: Osmar Serraglio (PMDB-PR), 57
anos e no seu segundo mandato.
Sereno, de fala mansa e com conhecimentos jurídicos que usa
como relator da CPI dos Correios,
o congressista do Paraná surgiu
com alguma força nas últimas 48
horas nos bastidores da disputa
pela presidência da Câmara.
Forma-se um consenso no
mundo político de Brasília que dificilmente o novo presidente da
Câmara poderá ser do PT. Já dentro do PT, não será aceito alguém
do PSDB ou do PFL. Nesse caso,
teria de ser um deputado do
PMDB, que deve se tornar a primeira maior bancada da Câmara
a partir da semana que vem.
O nome natural do PMDB seria
o do seu presidente nacional, Michel Temer (SP). Mas, devido a resistências a Temer, surgiu a opção
Serraglio. O deputado foi uma sugestão da ala comandada pelo senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA) no Congresso. ACM
controla uma bancada de cerca de
20 deputados. O baiano nunca teve boas relações com Michel Temer, principal nome dessa sigla à
sucessão de Severino.
A favor de Serraglio também
pesa o fato de ser um deputado
novo na cena nacional. Nunca se
indispôs com os colegas da Casa,
exceto com parte dos 18 listados
para serem cassados. Um dos seus
poucos desafetos no momento é o
deputado José Dirceu (PT-SP).
Na atual conjuntura, não ser amigo de Dirceu passa a valer como
um predicado a favor de quem
deseja presidir a Câmara.
Serraglio também pode ganhar
pontos pelo fato de Michel Temer
não ter uma relação azeitada com
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Há alguns meses, Temer teve um encontro com Lula sobre
reforma ministerial. Saiu e deu
uma entrevista dizendo que não
via muitas chances de o PMDB
aumentar sua participação no governo. Desde aquele episódio, Lula e Temer nunca mais se falaram.
Embora seja mais ou menos um
consenso de que o Planalto e o PT
não terão muita escolha na sucessão de Severino, integrantes do
governo têm dito que seria conveniente que o próximo presidente
da Câmara não tivesse um histórico de animosidade contra Lula. É
nesse vácuo que cresce a opção
por alguém como Serraglio.
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