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Nos bastidores, aliados
e oposição se atacam
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de afirmarem publicamente que ainda buscam um nome de consenso para suceder Severino Cavalcanti (PP-PE) na presidência da Câmara, governo e
oposição se atacam nos bastidores e já costuram apoios diante da
perspectiva de um possível enfrentamento no plenário.
Na oposição, PFL e PSDB anunciaram que caminharão juntos
para escolher um candidato, que
poderia ter ainda o aval de PDT,
PPS e dos chamados partidos nanicos. Embora considerem prematura a avaliação, eles não descartam se agrupar em torno do
presidente do PMDB, deputado
Michel Temer (SP).
"Se não reunirmos maioria [para um nome do PFL], podemos
compor com o Temer", disse o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ).
"Eu não rejeito essa hipótese
não", reforçou Alberto Goldman
(SP), líder do PSDB.
A avaliação dos oposicionistas é
que Temer, cujo perfil agrada devido ao posicionamento crítico
em relação ao Palácio do Planalto,
angariaria votos com mais facilidade para derrotar um candidato
do PT. Temer presidiu a Câmara
por dois mandatos no governo
Fernando Henrique Cardoso.
O problema para emplacar Temer é que, além da rejeição de governistas, seu nome foi recusado
pela ala do PFL ligada ao senador
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Na reunião suprapartidária
de anteontem, os governistas sugeriram o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR) como alternativa a Temer.
A ala pefelista ligada a ACM defende que seja seguido o critério
da proporcionalidade das bancadas e, portanto, a indicação fique
com o PT -maior bancada-
sob o argumento de que apresentar um nome agora que não do PT
poderá abrir um precedente perigoso para o caso de a oposição
vencer as eleições de 2006.
Baixo clero
Paralelamente, parte do chamado baixo clero, que sustentou a
eleição de Severino, sinalizou que
apoiaria um candidato da oposição, desde que tenha um discurso
mais moderado. Sugeriram o ex-governador de Pernambuco Roberto Magalhães (PFL).
O PT resiste em negociar a candidatura de um deputado que não
seja do partido, mas tem dificuldade para encontrar um nome na
bancada que tenha o aval do Planalto e trânsito e aceitação na
oposição. O mais forte continua
sendo Sigmaringa Seixas (DF).
Temeroso de não conseguir
apoio dos partidos da base e perder no voto, o governo admite como saída bancar outros nomes.
Um deles pode ser o do primeiro-secretário Inocêncio Oliveira
(PE), que trocou o PFL pelo PL.
Tanto o nome de Inocêncio
quanto o de um petista, entretanto, enfrentarão rejeição da oposição. "Se o PT insistir em lançar
candidato vai contrariar o que o
Tarso [Genro, presidente do PT]
combinou comigo", disse o tucano Goldman. "No caso do Inocêncio, não tem acordo, a Mesa
precisa de oxigênio, de alguém
para romper os costumes."
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