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CONEXÃO LONDRINA
Janene é alvo de nova acusação
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Uma investigação do Ministério
Público do Paraná iniciada em
1999 aponta, segundo reportagem
publicada ontem no site da revista
"IstoÉ", que o deputado federal
José Janene (PP-PR) teria recebido um "mensalão" de duas empresas entre 1997 e 1999 em um
valor total de R$ 7,784 milhões.
De acordo com a revista, Janene
recebia o "mensalão" das empresas Tâmara e Principal, ambas de
Maringá (PR), em um esquema
que previa contratos fictícios de
serviços prestados pelas empresas
à prefeitura de Londrina.
A denúncia se baseia em depoimento da ex-diretora das empresas Tâmara -que tinha contrato
de roçagem de terrenos com a
Prefeitura de Londrina- e Principal, Vânia Jollo, em 1999 ao Ministério Público, que apurou desvios na administração do prefeito
Antônio Belinati (na época no
PFL). Acusado de desviar R$ 169
milhões dos cofres municipais,
Belinati foi cassado em 2000.
Jollo disse no depoimento ao
Ministério Público que José Janene recebia, mensalmente, R$ 18
mil das empresas. Segundo ela, o
pagamento era feito por Janene
ter conseguido, em 1998, renovar
o contrato da Principal com a Caixa Econômica Federal. A Principal fazia o serviço de vigilância
bancária das agências da Caixa no
Paraná. Janene, aliado à época ao
governo FHC, teria intermediado
a renovação do contrato.
Ainda segundo Jollo, o dinheiro
era repassado dos contratos que
as empresas Tâmara e Principal
possuíam com a administração
municipal de Londrina -a Tâmara com a Ama (Autarquia de
Meio Ambiente) e a Principal
com a Comurb (Companhia Municipal de Urbanização).
Bens bloqueados
Por causa da mesma investigação, o juiz Abelar Baptista Pereira
Filho, da 6ª Vara Cível de Londrina, havia decretado em julho deste ano o bloqueio dos bens de Janene e de outros 19 réus acusados
de licitações fraudulentas da gestão de Belinati, que hoje está no
PP, como prefeito de Londrina.
O Ministério Público do Paraná
pediu, na ação, a devolução de
R$ 142,8 mil que teriam sido fraudados dos recursos públicos.
Os bens do deputado já haviam
sido declarados indisponíveis em
outras ações cíveis a pedido da
Promotoria de Defesa do Patrimônio Público em Londrina. No
total, ele é réu em 11 ações motivadas pelas supostas irregularidades
em Londrina.
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