São Paulo, sábado, 17 de setembro de 2005

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CONEXÃO LONDRINA

Janene é alvo de nova acusação

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Uma investigação do Ministério Público do Paraná iniciada em 1999 aponta, segundo reportagem publicada ontem no site da revista "IstoÉ", que o deputado federal José Janene (PP-PR) teria recebido um "mensalão" de duas empresas entre 1997 e 1999 em um valor total de R$ 7,784 milhões.
De acordo com a revista, Janene recebia o "mensalão" das empresas Tâmara e Principal, ambas de Maringá (PR), em um esquema que previa contratos fictícios de serviços prestados pelas empresas à prefeitura de Londrina.
A denúncia se baseia em depoimento da ex-diretora das empresas Tâmara -que tinha contrato de roçagem de terrenos com a Prefeitura de Londrina- e Principal, Vânia Jollo, em 1999 ao Ministério Público, que apurou desvios na administração do prefeito Antônio Belinati (na época no PFL). Acusado de desviar R$ 169 milhões dos cofres municipais, Belinati foi cassado em 2000.
Jollo disse no depoimento ao Ministério Público que José Janene recebia, mensalmente, R$ 18 mil das empresas. Segundo ela, o pagamento era feito por Janene ter conseguido, em 1998, renovar o contrato da Principal com a Caixa Econômica Federal. A Principal fazia o serviço de vigilância bancária das agências da Caixa no Paraná. Janene, aliado à época ao governo FHC, teria intermediado a renovação do contrato.
Ainda segundo Jollo, o dinheiro era repassado dos contratos que as empresas Tâmara e Principal possuíam com a administração municipal de Londrina -a Tâmara com a Ama (Autarquia de Meio Ambiente) e a Principal com a Comurb (Companhia Municipal de Urbanização).

Bens bloqueados
Por causa da mesma investigação, o juiz Abelar Baptista Pereira Filho, da 6ª Vara Cível de Londrina, havia decretado em julho deste ano o bloqueio dos bens de Janene e de outros 19 réus acusados de licitações fraudulentas da gestão de Belinati, que hoje está no PP, como prefeito de Londrina.
O Ministério Público do Paraná pediu, na ação, a devolução de R$ 142,8 mil que teriam sido fraudados dos recursos públicos.
Os bens do deputado já haviam sido declarados indisponíveis em outras ações cíveis a pedido da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público em Londrina. No total, ele é réu em 11 ações motivadas pelas supostas irregularidades em Londrina.


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