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O MARQUETEIRO
Governo pede quebra de sigilo aos EUA
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Justiça brasileiro encaminhou anteontem à noite
ao Departamento de Justiça dos
Estados Unidos o pedido de quebra de sigilo da conta bancária da
empresa offshore Dusseldorf
Company, do publicitário Duda
Mendonça, naquele país e de outras 17 que a abasteciam.
Essas contas são de pessoas físicas e jurídicas que faziam depósitos para a offshore. Entre elas,
duas teriam sido usadas por doleiros de Minas Gerais. O governo
brasileiro espera começar a receber as informações em um mês.
Ontem mesmo, o governo norte-americano confirmou o recebimento do pedido, feito por fax, e
já informou que o Departamento
de Justiça se reuniu para tratar do
caso. Outros documentos foram
encaminhados pelo correio.
A medida visa ajudar a identificar as fontes de abastecimento da
conta da empresa de Duda Mendonça e verificar se existem outros brasileiros beneficiados indiretamente pelos depósitos.
A quebra de sigilo havia sido autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim
Barbosa, relator do inquérito criminal que investiga as denúncias
do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) sobre o pagamento de suposto "mensalão" a
parlamentares de partidos aliados
e empréstimos do publicitário
Marcos Valério de Souza ao PT.
Entre os argumentos para o pedido da quebra de sigilo estão indícios de corrupção, de remessa
ilegal de dinheiro para o exterior e
de sonegação fiscal. No mês passado, Duda Mendonça disse, em
seu depoimento à CPI dos Correios, que usou conta no exterior
para receber do PT, por meio de
caixa-dois, pagamentos por serviços prestados durante a campanha de 2002, quando o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito.
Na conta da Dusseldorf foram
depositados, em dólares, o equivalente a R$ 10,5 milhões saídos
do esquema de Marcos Valério.
Apesar de a Dusseldorf ter sede
nas Bahamas, a conta por onde
foram feitos os pagamentos é de
Miami (Estados Unidos). A offshore é uma empresa de papel,
protegida por sigilo.
Roberto Jefferson
O ministro do STF Celso de Mello informou ontem, por meio de
sua assessoria, que se manifestará
na segunda-feira sobre o mandado de segurança impetrado pelos
advogados de Roberto Jefferson
pedindo a anulação do processo
que deu início à sua cassação.
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