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Presidente vira carta em "baralho do mensalão"
e bonequinho para vodu
CRISTINA TARDÁGUILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Em circulação há uma semana em bancas de jornais e de
camelôs em São Paulo e Rio, o
"baralho do mensalão" traz o
rosto de personalidades supostamente envolvidas no escândalo de compra de votos de
parlamentares em vez das tradicionais figuras do carteado.
A idéia do baralho surgiu há
cerca de dois meses, quando
amigos jogavam cartas usando
um baralho publicado pelo governo americano no início da
guerra no Iraque com o rosto
dos que deveriam ser capturados na região, entre eles o ex-presidente Saddam Hussein.
Como no caso americano, a
associação da pessoa à carta na
versão brasileira seguiu uma
lógica: quanto mais importante ela fosse no escândalo mais
alta seria sua posição no baralho. Assim, transformaram-se
em ás o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (espadas), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares (paus), o ex-deputado Roberto Jefferson (ouros) e o publicitário Marcos Valério (copas). Os reis são o ex-ministro
da Casa Civil José Dirceu, o
publicitário Duda Mendonça,
o ex-secretário de Ribeirão
Preto Rogério Buratti e o relator da CPI do Banestado deputado José Mentor. Só há um
tucano nele, o ex-governador
de Minas Eduardo Azeredo.
As quatro damas são a ex-secretária de Marcos Valério Karina Somaggio, a ex-assessora
Camilla Amaral, que pousou
nua para uma revista, a diretora da SMPB, Simone Vasconcelos, e a deputada Angela
Guadagnin, famosa pela chamada "dança da pizza".
Nas regras, a primeira ordem é clara: "Não vale roubar!
Siga as regras do jogo ou a próxima carta pode ser você". Já
saíram 35 mil exemplares do
baralho, que em alguns pontos
custa R$ 10 e em outros R$ 5.
Em São Paulo, pode ser achado
em bancas do circuito Itaim-Jardins-Paulista. No Rio, com
camelôs do centro e em bancas
de Ipanema e Leblon.
Na internet, faz sucesso o
chaveiro "Lulinha Vodu", que
tem 9,5 cm de altura, é feito de
tricoline e vem com 3 alfinetes
de 4 cm. Seu criador, o artista
plástico Rudi Sgarbi, 31, disse
que já vendeu 150 unidades do
boneco por R$ 9,50 cada um
mais os custos de envio. Segundo ele, sua intenção com o
boneco é "alfinetar quem precisa realmente ser alfinetado".
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