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ELEIÇÕES 2006 / CAMPANHA
Boneco de Olinda ganha cara de candidato
Com restrições da lei, como a proibição de outdoor, políticos aderem à propaganda nos bonecos gigantes
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem os showmícios que embalaram a eleição anterior e
com a escassez de dinheiro para propaganda, as campanhas
sofrem uma invasão de bonecos gigantes, inspirados no Carnaval de Olinda (PE), que percorrem ruas e comícios.
A proliferação dos bonecos,
com as caricaturas de candidatos, tem uma explicação simples. Para muitas campanhas, é
uma saída barata para driblar a
rigidez da nova lei eleitoral, que
restringe a publicidade em outdoors, por exemplo.
Nesta campanha, um boneco
custa cerca de R$ 2.000. Além
disso, é pago de R$ 30 a R$ 50
de acordo com o tempo que o
carregador o levará nos eventos
e/ou para distribuir impressos.
Os bonecos medem três metros e pesam 15 quilos. A cabeça
é confeccionada com madeira,
papel, isopor e fibra de vidro, e
o corpo possui um suporte para
transportá-lo. A maioria é revestida com tecido e adereços.
Segundo o artista plástico
Silvio Botelho, responsável pela criação de 90% dos bonecos
que desfilam em Olinda, a idéia
virou moda porque "agrada a
adultos e crianças", e a lei não
proíbe. "É um outdoor em movimento." Apesar de aprovar a
difusão da idéia, ele reclama
que a "pirataria do boneco", reproduzido por diversas empresas, barateou e deixou de lado o
trabalho dos ateliês de Olinda.
Botelho diz que a demanda
começou em junho e que, pela
falta de tempo, teve de descartar pedidos de políticos de seu
Estado como o governador
Mendonça Filho e o ex-governador Jarbas Vasconcelos.
O personagem mais ilustre
confeccionado para esta eleição? "O Lulão", caricatura feita
por Botelho do presidente Lula,
encomendada para desfilar no
Nordeste. Seu boneco já havia
aparecido no Carnaval, mas a
imitação, com referências ao
mensalão, foi considerada intrusa no desfile oficial.
Em Brasília, o "Lulão" causou constrangimento ao carregador, na semana passada, que teve de passar por revista da segurança presidencial para ter
acesso à área onde Lula estaria.
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