São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / CAMPANHA

Boneco de Olinda ganha cara de candidato

Com restrições da lei, como a proibição de outdoor, políticos aderem à propaganda nos bonecos gigantes

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem os showmícios que embalaram a eleição anterior e com a escassez de dinheiro para propaganda, as campanhas sofrem uma invasão de bonecos gigantes, inspirados no Carnaval de Olinda (PE), que percorrem ruas e comícios.
A proliferação dos bonecos, com as caricaturas de candidatos, tem uma explicação simples. Para muitas campanhas, é uma saída barata para driblar a rigidez da nova lei eleitoral, que restringe a publicidade em outdoors, por exemplo.
Nesta campanha, um boneco custa cerca de R$ 2.000. Além disso, é pago de R$ 30 a R$ 50 de acordo com o tempo que o carregador o levará nos eventos e/ou para distribuir impressos.
Os bonecos medem três metros e pesam 15 quilos. A cabeça é confeccionada com madeira, papel, isopor e fibra de vidro, e o corpo possui um suporte para transportá-lo. A maioria é revestida com tecido e adereços.
Segundo o artista plástico Silvio Botelho, responsável pela criação de 90% dos bonecos que desfilam em Olinda, a idéia virou moda porque "agrada a adultos e crianças", e a lei não proíbe. "É um outdoor em movimento." Apesar de aprovar a difusão da idéia, ele reclama que a "pirataria do boneco", reproduzido por diversas empresas, barateou e deixou de lado o trabalho dos ateliês de Olinda.
Botelho diz que a demanda começou em junho e que, pela falta de tempo, teve de descartar pedidos de políticos de seu Estado como o governador Mendonça Filho e o ex-governador Jarbas Vasconcelos.
O personagem mais ilustre confeccionado para esta eleição? "O Lulão", caricatura feita por Botelho do presidente Lula, encomendada para desfilar no Nordeste. Seu boneco já havia aparecido no Carnaval, mas a imitação, com referências ao mensalão, foi considerada intrusa no desfile oficial.
Em Brasília, o "Lulão" causou constrangimento ao carregador, na semana passada, que teve de passar por revista da segurança presidencial para ter acesso à área onde Lula estaria.


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