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"Se entrega, Corisco", pede Gabeira no Rio
Em debate na Bienal do Livro do Rio, deputado diz que tarefa da sociedade é derrubar o chefe do Senado
SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Fernando Gabeira (PV-RJ)
pediu ontem o início do movimento "Se entrega, Corisco"
para exigir o afastamento do
chefe do Senado, Renan Calheiros, em substituição ao "Cansei", na 13ª Bienal do Livro do
Rio, que acontece no Riocentro. O deputado participou do
debate "A Sociedade em Movimento: Educação, Política, Legislação e Protesto", ao lado do
filósofo Adauto Novaes e do sociólogo Candido Mendes.
Para um auditório lotado,
Gabeira disse que Renan está
"agindo como culpado, logo, a
tarefa da sociedade é derrubá-lo". Em resposta a Candido
Mendes, que disse ser contra
manifestações por e-mail e que
o povo deveria marchar contra
a absolvição de Renan, Gabeira
disse que as novas tecnologias
têm de ser usadas.
"Não temos mais os dínamos
do passado. A CUT, o MST e a
UNE, que estiveram do nosso
lado na luta pela democracia,
não se posicionaram sobre o caso Renan. Ficaram esperando o
que o governo ia fazer", disse.
Em resposta a uma pergunta
da platéia sobre se não seria
mais correto respeitar a decisão do Senado, Gabeira disse
que "as pessoas que pensam assim estão desrespeitando o povo brasileiro. Por que não votar
de portas abertas se é o que a
população está pedindo?" Foi
bastante aplaudido.
Mendes fez duras críticas à
imprensa, ao futebol e às novelas. A primeira, por "exercer
uma tirania sobre a classe média"; os últimos, por intoxicar a
consciência da população.
Gabeira retrucou, dizendo
que existe hoje uma saudável liberdade de opinião e que a imprensa tem exercido seu papel.
Disse, ainda, que os três senadores do Rio (Marcelo Crivella,
Francisco Dornelles e Paulo
Duque) traíram o voto de seus
eleitores. "A luta continua. O
STF vai ser chamado a opinar.
Eles não vão escapar, não é possível que o Brasil siga dominado por quadrilhas."
Em outra mesa, o senador
Eduardo Suplicy (PT-SP) disse
que votou sim na última quarta
antes de tudo porque Renan
mentiu. "Será que a lei sobre
declaração de rendimentos
permitiria que um cidadão comum não declarasse empréstimo por causa de questão de foro íntimo, que foi o que ele alegou? Como um senador se
comporta assim?"
A jornalista SYLVIA COLOMBO viajou a convite
da organização do evento
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