da Sucursal de Brasília

Um ato do ex-presidente João Baptista Figueiredo, em 1980, levou a União a pagar indenização, no último dia 4, de R$ 220,8 milhões ao grupo Diários Associados, da área de comunicação.
O pagamento foi determinado pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 5ª região (Pernambuco), para reparar dano pelo fechamento, considerado arbitrário, da TV Rádio Clube de Pernambuco.
Figueiredo decretou, na época, a liquidação de sete emissoras de TV dos Diários Associados.
O grupo aguarda o pagamento de precatório de R$ 15 milhões, em 1999, em cumprimento a outra decisão judicial, relativa à TV Ceará. Ações relacionadas a outras liquidações tramitam na Justiça.
O presidente dos Diários Associados, Paulo Cabral de Araújo, disse ontem que a liberação dos R$ 220,8 milhões altera, de imediato, o patrimônio líquido do grupo.
Segundo ele, o dinheiro poderá ser utilizado tanto para investimentos na área em que o grupo já atua (jornais, rádios e TVs) quanto na busca de parcerias em outros setores, como telefonia celular. A aplicação ainda será decidida.
O valor da indenização é expressivo se comparado ao faturamento anual do grupo, de R$ 300 milhões, ou ao lucro de 1996, pouco superior a R$ 30 milhões.
O grupo Diários Associados, fundado em 1924 por Assis Chateaubriand, chegou a ter 90 empresas (sendo 9 emissoras de TV e 28 emissoras de rádio).
Hoje, é o sexto maior grupo na área de comunicação. Reúne seis emissoras de TV, 13 de rádio e 12 jornais, entre os quais o "Correio Braziliense", "Estado de Minas" e "Diário de Pernambuco".
O grupo sustentou ter havido violação ao direito de defesa e arbitrariedade no ato de Figueiredo.
Paulo Cabral disse que o ex-presidente fechou as emissoras para punir o senador João Calmon, então presidente dos Diários Associados, que teria feito, na época, discursos contrários ao governo.



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