São Paulo, quarta, 17 de setembro de 1997.



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PRIVATIZAÇÕES
Preço só é menor que o da Vale
SP vende 48% de energética por R$ 2,09 bi

CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

O governo de São Paulo definiu ontem em R$ 2,092 bilhões o preço mínimo da participação do Estado na CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), o que coloca a venda da empresa em segundo lugar no ranking das privatizações do país, atrás apenas da Vale do Rio Doce.
A CPFL é a primeira das quatro empresas do setor energético do Estado que serão privatizadas.
O leilão está marcado para o dia 5 de novembro na Bovespa (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo).
O valor total da companhia foi definido em R$ 4,316 bilhões, dos quais 48,2% -ou R$ 2,092 bilhões- equivalem à parcela do Estado que será privatizada.
A participação da União na Vale do Rio Doce foi vendida em maio por R$ 3,5 bilhões. O valor total da companhia era R$ 5,5 bilhões.
Outras empresas
O anúncio do preço mínimo da CPFL foi feito pelos secretários de Energia, David Zylbersztajn, e de Planejamento, André Franco Montoro Filho, e pelo vice-governador Geraldo Alckmin, coordenador do PED (Programa Estadual de Desestatização).
Nenhum deles fez previsões sobre o ágio que poderá ser alcançado no leilão de privatização -ou seja, em quanto o valor final de venda poderá superar a avaliação apresentada ontem.
As outras três energéticas paulistas são a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), a Eletropaulo e a Comgás. Dessas, apenas a Comgás é menor do que a CPFL.
A expectativa do governo é que a quase totalidade das energéticas esteja privatizada até o final do próximo ano.
Cesp
A maior delas é a Cesp, cujo valor de venda deverá superar o da Vale. Ao contrário da CPFL -que será vendida em bloco-, a Cesp será desmembrada.
As áreas de distribuição e de geração de energia serão vendidas separadamente.
A privatização da CPFL será fundamental para o saneamento financeiro da Cesp, que detém 60,74% das ações ordinárias da empresa.
O dinheiro obtido com a venda dessa participação será destinado à redução do passivo da Cesp, que é de R$ 12,5 bilhões.
No total, o Estado é dono de 67,6% das ações ordinárias da CPFL. A Cesp é a acionista majoritária. O restante pertence ao Tesouro, Banespa e Nossa Caixa.
Reunião
O preço da CPFL foi definido em reunião de quase três horas, com a participação do governador Mário Covas (PSDB).
O valor é a média das avaliações apresentadas por duas consultorias: R$ 4,58 bilhões e R$ 4,05 bilhões (para 100% das ações).
No encontro, foi definido que 10% do capital social será vendido aos empregados da CPFL, com deságio de 20% e 40%.
Segundo Zylbersztajn, no início da próxima semana deverá ser divulgado o pré-edital, no qual serão informadas as condições de venda da empresa. Antes, a privatização terá de ser aprovada em assembléias das estatais que têm participação na CPFL. Esse é um procedimento formal exigido por lei.



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