|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Garotinho critica encontro
do enviado especial a Brasília
e da Sucursal de Brasília
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PDT), se disse decepcionado com a reunião de ontem
com o presidente Fernando Henrique Cardoso. "Senti uma imensa sensação de tempo perdido."
A principal reclamação de Garotinho foi que todas as reivindicações dos Estados ficaram para
o dia 22, sendo resolvidos apenas
os assuntos que interessavam ao
governo federal.
"Mais uma vez o governo utilizou o prestígio dos governadores
para resolver seus problemas",
disse, acrescentando que "tudo
que era de concreto para melhorar a situação dos governadores
ficou para proposta posterior".
Como exemplo, Garotinho citou a promessa do governo de
apresentar uma proposta para resolver as perdas dos Estados com
a chamada Lei Kandir, a que estabelece isenções de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nas exportações.
Segundo o governador, a promessa de uma solução já havia sido feita na reunião entre FHC e os
governadores em fevereiro, na
Granja do Torto. "Foi como se eu
estivesse vendo aquela novela
que passa à tarde na TV sob título
de "Vale a Pena Ver de Novo'",
disse em referência à reprise das
novelas da TV Globo.
Garotinho disse que, apesar do
desapontamento de ontem, vai
seguir "dando crédito" ao governo federal. "Continuo dizendo
que Fernando Henrique é o presidente de todos os brasileiros. Só
que ele hesita na hora de tomar
decisões", afirmou.
Garotinho deixou claro que só
vai trabalhar na bancada parlamentar do Rio pela aprovação
das emendas de interesse do governo federal se na reunião da
próxima sexta-feira houver propostas viáveis para resolver os
problemas apresentados pelos
Estados. "Caso contrário, é o contrário", resumiu.
O governador disse também
que FHC "tem boas intenções" e
que por isso merece seu crédito,
mas acrescentou. "Agora, de boas
intenções o inferno está cheio."
No fim, ele disse que pelo menos o cardápio do almoço de ontem, uma bacalhoada, foi melhor
que o da reunião de fevereiro,
uma feijoada. Mas quando chegou ao hotel pediu aos auxiliares
um comprimido digestivo. "Comi demais", justificou.
Oposição
Os governadores Zeca do PT
(PT-MS) e Ronaldo Lessa (PSB-AL) vão tentar convencer os partidos de oposição a apoiar a cobrança da contribuição previdenciária dos servidores inativos.
"Vou conversar com os outros
governadores do PT, explicar o
que foi colocado aqui, mas acho
que não haverá problemas. Está
na hora de mostrar a maturidade
do PT, já que essa não é uma
questão ideológica. O rombo vai
estourar nos Estados mais dia,
menos dia", disse Zeca do PT.
Lessa também disse que pretende conversar com os demais governadores de oposição antes do
dia 22.
Zeca do PT afirmou, no entanto, que a solução para o problema
da Previdência está vinculada ao
atendimento das outras reivindicações dos governadores.
"Esse é o momento de debater
tudo. O dia 22 vai ser uma data
definitiva", afirmou.
Texto Anterior: Gabriel falta à reunião em protesto Próximo Texto: Janio de Freitas: Os gastos sem volta Índice
|