São Paulo, Domingo, 17 de Outubro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Suplentes mantêm parentes

do enviado especial

Alguns parentes de deputados continuam empregados na Câmara mesmo depois que o padrinho passa o cargo ao suplente. Assim, os titulares continuam controlando parte da verba destinada à contratação de funcionários. São os "gabinetes de aluguel".
O deputado Salomão Cruz (PSDB-RR), por exemplo, se afastou da Câmara no dia 8 de fevereiro para assumir a Secretaria da Agricultura de Roraima. Sua mulher, Maria Luiza, a sobrinha Régia Aparecida e a "prima distante" Tetyanne Maria continuam empregadas no gabinete do suplente, Elton Rohnelt (PFL-RR).
O suplente afirma que desde sua posse, em fevereiro, as três nunca trabalharam no gabinete.
"Vou ser claro. Nós dividimos as vagas do gabinete. Metade é dele e metade é minha. Isso acontece com todos os suplentes", afirma Rohnelt. Na "sua" metade, ele emprega a mulher, Tirzah, e o sobrinho Alessandro.
Salomão Cruz se recusou a falar do assunto. "Não tenho obrigação de dar resposta nenhuma. Você (repórter) não vai perguntar nada. Vai-te à merda", disse.
O filho de Francisco Silva (PPB-RJ), Marcelo, continuou trabalhando no gabinete depois que o pai passou o cargo para o suplente, Paulo Almeida (PPB-RJ), há três meses. "Meu filho é o responsável pela parte de informática do gabinete. Tenho 611 mil eleitores cadastrados no computador", disse o deputado, que retomou o mandato na semana passada.


Texto Anterior: Suplentes têm acordo para encobrir
Próximo Texto: "Assessor" abre bar no Acre
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.