Empresário era da velha guarda malufista
ALESSANDRA KORMANN
do Banco de Dados
O empresário Calim Eid era um
dos mais fiéis escudeiros do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) e o
principal representante da velha
guarda do malufismo. Praticamente não existe episódio importante da carreira política de Maluf
que não tenha tido a participação
de Calim Eid.
O empresário, um dos poucos
que chamavam o ex-prefeito apenas pelo primeiro nome, dispensando o "doutor", sempre atuou
nos bastidores e na tesouraria da
maioria das campanhas de Maluf.
Foi o responsável pela escolha de
Celso Pitta para disputar a Prefeitura de São Paulo em 1996.
Calim Eid nasceu em 8 de maio
de 1923 em Novo Horizonte, no
interior de São Paulo. Estudou o
equivalente ao atual ensino médio
na capital paulista. Depois, entrou
na Faculdade de Ciências Médicas no Rio de Janeiro, que chegou
a cursar por dois anos.
Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, foi convocado pelo Exército e interrompeu os estudos. Quando a guerra
acabou, foi morar em Goiás, onde
iniciou suas atividades comerciais. Voltou para São Paulo em
1950 para dedicar-se à vida empresarial no setor alimentício.
Foi diretor da Associação Comercial de São Paulo, reeleito por
três vezes, de 1962 a 1967, e presidente da Bolsa de Cereais de São
Paulo de 1968 a 1971.
Quando Maluf foi nomeado
prefeito de São Paulo em 1969, assumiu a Secretaria do Abastecimento, que ocupou até 1971. Em
1979, tornou-se chefe do Gabinete
Civil no governo de Paulo Maluf,
que se elegera indiretamente.
Em 1984, coordenou a campanha presidencial de Maluf. Nesse
período, por sua atuação nos bastidores como articulador político,
chegou a ser comparado com
Golbery do Couto e Silva, considerado uma "eminência parda"
dos governos Figueiredo e Geisel.
Paulo Maluf reconhecia a dedicação do amigo. "Fidelidade se
chama Calim Eid", dizia.
Foi acusado de tentar subornar
o então deputado federal Mário
Juruna (PDT) para que votasse
em Maluf contra Tancredo Neves
no Colégio Eleitoral em 1984.
Em 1993, ele também foi denunciado no caso Paubrasil, empresa
que arrecadou ilegalmente US$ 19
milhões para campanhas eleitorais de Maluf.
Em março deste ano, foi acusado de pagar o ex-funcionário municipal Silvio Rocha de Oliveira
para que ele não acusasse Maluf
de ser o pai de uma filha ilegítima
-neta de Rocha.
Eid sempre negou que tivesse
praticado qualquer irregularidade nesses casos.
Nas campanhas de Maluf para o
governo do Estado (1986) e para a
prefeitura paulistana (1988), foi
substituído na coordenação por
Paulo Roberto Richter. Em 1989,
voltou com plenos poderes para a
coordenação política da candidatura de Maluf à Presidência. Depois de sucessivas derrotas, Maluf
finalmente conseguiu se eleger
prefeito de São Paulo em 1992,
contando com a articulação política de Eid na campanha.
Calim Eid era casado com Odette Haidar Eid e tinha quatro filhos.
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