São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

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Ministro pode ir à CPI dos sanguessugas

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O sub-relator da CPI dos sanguessugas, deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), afirmou ontem que pretende convocar o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) para que ele preste esclarecimento sobre uma suposta interferência no escândalo do dossiê.
Segundo reportagem da revista "Veja", o ministro teria atuado para abafar a investigação, que envolve ex-membros da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.
"Acho que o ministro desempenha um papel ambíguo. Ao mesmo tempo em que é o chefe da Polícia Federal, ajuda na defesa de acusados, o que atrapalha a investigação da própria PF", afirmou o parlamentar tucano.
Segundo o deputado, a proposta de convocação do ministro da Justiça será apresentada para votação na sessão de hoje da CPI se houver quórum mínimo (19 parlamentares).
A assessoria do Ministério da Justiça disse que são infundadas quaisquer acusações de interferência do ministro em investigação da PF, cuja atuação é impessoal e republicana.
Sampaio conversou ontem com o diretor da PF, Severino Alexandre, e com o chefe do núcleo de custódia, Jorge Herculano, citados pela revista como os responsáveis pela reunião secreta entre Gedimar Passos, preso com R$ 1,7 milhão tentando comprar um dossiê contra o PSDB, e Freud Godoy, ex-assessor especial de Lula.
A reunião teria servido para convencer Gedimar a inocentar Freud de qualquer participação no caso.
"Eles disseram que os advogados dos dois conversaram, mas que, em nenhum momento, Freud se encontrou com o Gedimar. Eu entendo de investigação e posso dizer que senti sinceridade neles", disse Sampaio.


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