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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Metrô de Marta prevê crescimento chinês
Plano é de expansão de 11,75 km/ano; campanha do PT diz que "não há impedimento técnico para isso"
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta da candidata
Marta Suplicy (PT) de entregar
47 km de metrô até 2012, se
cumprida, representará um recorde ocidental do setor. Isso
porque seriam construídos, em
média, 11,75 km por ano -número muito superior ao atual
ritmo de expansão (1,8 km por
ano entre 2001 e 2007), além de
estar acima de casos de sucesso.
Os maiores índices de crescimento encontram-se na China.
Xangai é o caso mais citado. Foram inauguradas três linhas em
2007, passando de 145 km para
230 km. A previsão é de mais
três linhas em 2010, ampliando
a malha para mais de 400 km.
Em São Paulo, o metrô é de
responsabilidade do governo
estadual. A empresa já disse
não concordar com o projeto de
Marta e diz que as linhas sugeridas pela petista "são incompatíveis com os fundamentos
técnicos" e "são inadequadas
ou ocasionariam distúrbios".
"Nós temos condições de fazer investimentos, juntando
prefeitura e governos federal e
estadual. Achamos que é possível abrir várias frentes de obras
ao mesmo tempo. Não existe
impedimento técnico para isso", afirma o coordenador da
campanha de Marta, deputado
federal Carlos Zaratini.
Os metrôs de Madri e Seul
são outros casos citados. Em
Seul, foram em média 11 km por
ano de 1974 a 2000, enquanto
em Madri, de 1995 a 2008, a
média foi de 11,3 km.
"Ambas as cidades priorizaram o transporte público e investiram na sua racionalização.
E ambas têm uma gestão única
do transporte e a participação
do governo federal na alocação
de recursos", diz Emilliano Affonso, vice-presidente da Aeamesp (associação de engenheiros e arquitetos de metrô), lembrando que o governo federal
não investiu dinheiro próprio
em São Paulo nem colocou no
Orçamento de 2009, como
mostrou a Folha de setembro.
"Com o limite de endividamento do Estado hoje, não será
possível contrair empréstimos
para fazer uma média de 10 km
de metrô por ano sem a participação do município e do governo federal."
Outro caso de sucesso, Nova
Déli iniciou a malha em 2002 e
tem 56 km -média de 9,33 km
por ano. Desde 1994, Nova
York teve média de 9,2 km.
Para Affonso, é possível superar a barreira dos 10 km por
ano, mas um dado mais realista
para a situação atual de São
Paulo seria 7 km por ano, "o
que já seria uma grande vitória". Ele explica que, para que
isso ocorra, o governo federal
teria que "realmente investir".
Pela proposta de Marta, seriam R$ 490 milhões por ano
do governo Lula e R$ 490 milhões da prefeitura. Mas a própria ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) já disse que o dinheiro virá por meio de financiamento, o que acarretaria
custos para o cofre estadual.
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