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NOVO MINISTÉRIO
Presidente afirma que ele é quem conduzirá as negociações
Reforma ministerial só sairá após 15 de dezembro, diz Lula
JULIA DUAILIBI
ENVIADA ESPECIAL A
SANTA CRUZ DE LA SIERRA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva afirmou que a reforma ministerial não vai ser feita de forma
"precipitada" e que não ocorrerá
antes de 15 de dezembro, quando
devem ter sido aprovadas as reformas previdenciária e tributária
no Congresso.
Aproveitou para dizer também
que é ele quem discutirá as mudanças no governo. "As pessoas
sabem que quem troca o ministério é o presidente da República, e
que quem discute com os partidos políticos o ministério é o presidente da República. No momento certo, as coisas vão acontecer, e eu terei o maior prazer do
mundo de chamar a imprensa para comunicar as mudanças", declarou Lula anteontem ao deixar o
hotel Los Tajibos, em Santa Cruz
de la Sierra, a caminho do aeroporto para voltar ao Brasil.
O ministro da Casa Civil, José
Dirceu, é responsável pela articulação política do governo e tem
conversado com políticos sobre
nomes para o ministério.
O presidente falou da reforma
ministerial ao ser contestado sobre as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem havia se encontrado por cerca de 20 minutos, no dia
anterior, durante a 13ª Cúpula
Ibero-Americana, na Bolívia.
Após o encontro, Fernando
Henrique disse que Lula faria
uma reforma "calma" e que não
estava com a "vocação de cortar
muita gente agora".
Segundo Lula, ele e FHC não
conversaram sobre mudanças no
ministério. "Não falei com ele sobre isso. Até porque não tinha de
falar isso com ele. Somos velhos
amigos desde 77", disse.
Na versão do presidente, mais
genérica que a de FHC, no encontro os dois falaram sobre "o Brasil" e o "Informe Cardoso", documento encomendado a FHC pela
cúpula e apresentado durante a
reunião da entidade.
A reforma ministerial não será
feita de forma "precipitada", mas
com a mesma "tranquilidade"
com que iniciou a formação do
ministério há um ano, disse Lula.
"Os ministros são ministros até
que eu reúna o ministério e discuta como fazer mudanças", completou, negando haver pressões
para começar logo as mudanças.
Setores da base aliada do governo têm condicionado o apoio às
reformas tributária e a da Previdência, em tramitação no Senado,
a uma maior participação no ministério. O PMDB, que não está
no governo, deverá ficar com
duas vagas na reforma ministerial. As mais cotadas são a pasta
das Cidades e das Comunicações.
A data de 15 de dezembro, confirmada pelo presidente para começar a fazer as alterações no ministério, é quando acaba o ano legislativo e, em tese, as duas reformas teriam de estar aprovadas pelos parlamentares.
Em meio a pressões para começar a mexer nos ministros em troca de uma tramitação mais fácil
da reforma, o presidente deve receber amanhã, no Planalto, os
presidentes dos partidos aliados.
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