da Sucursal do Rio

O governador do Rio, Anthony Garotinho, disse ontem ter se sentido "discriminado" com as declarações do presidente do PDT, Leonel Brizola, sobre o que o ex-governador considerou um "inaceitável" uso da religião em seu governo.
"É um absurdo alguém ser discriminado em um país que tem liberdade de culto só porque tem uma opção religiosa, só porque sou presbiteriano. Quando me inscrevi no PDT, olhei bem no estatuto, e não há nenhuma referência a que esteja proibido evangélico se filiar."
Garotinho afirmou que irá "com o maior prazer" caso seja convocado pelo PDT para explicar o que Brizola considera uso excessivo da religião.
"Vou mostrar ao governador que ele está profundamente equivocado. Ele disse que meu governo está cheio de "secretários-pastores". Quero que ele me mostre um", disse o governador, citando alguns nomes: "Sérgio Zveiter (Justiça) é judeu. Fernando Lopes (Fazenda) é agnóstico, Fernando William (Secretaria da Criança e do Adolescente) é do PCB, Tito Ryff (do Desenvolvimento Econômico e Turismo) é católico. Qual o tipo de acusação que ele me faz? Ou será que estou proibido de crer?", disse.

"Delegacia legal"
Garotinho disse ontem que, caso o TCE (Tribunal de Contas do Estado) constate a existência de alguma irregularidade nos contratos do "Projeto Delegacia Legal", "o Estado toma suas providências". Ele não disse, no entanto, quais poderiam ser as providências.
"Não fizemos nada a fim de lesar os cofres públicos. Estamos tranquilos da nossa posição", disse Garotinho ao ser indagado sobre as declarações do presidente do TCE, Aloísio Gama, que havia afirmado na véspera à Folha considerar ilegal a compra de equipamentos e a execução de obras antes da assinatura do contrato.


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