São Paulo, terça-feira, 17 de dezembro de 2002

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TRANSIÇÃO

Presidente eleito estuda reformular órgão, hoje ocupado por Anadyr

Waldir Pires deve ir para Corregedoria

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, convidou no final de semana o deputado federal Waldir Pires (PT-BA) para chefiar a Corregedoria Geral da União, que investiga órgãos do próprio governo. Pires deve aceitar, segundo a Folha apurou.
Para tentar combater a corrupção, Lula estuda transformar a corregedoria numa secretaria que seria batizada de "Transparência Governamental". Além de investigar as denúncias que recebe, o órgão analisaria formas de tornar mais transparentes licitações públicas e decisões de governo.
Pires já foi procurador-geral da República (governo João Goulart), governador e ministro da Previdência (governo Sarney).
Na viagem aos EUA e em encontros com empresários e políticos, Lula tem dito que tentará aumentar os meios de combate à corrupção e a eficácia do dinheiro gasto na área social. Daí a idéia de dar à corregedoria -que já tem status de ministério- uma importância real maior. Hoje, ela é ocupada por Anadyr Rodrigues.
A corregedoria foi criada em 2001 por Fernando Henrique Cardoso como resposta à tentativa da oposição, então capitaneada pelo PT, de instalar uma CPI da corrupção. Na época, o governo enfrentava uma série de denúncias de irregularidades potencializada por uma crise em sua base de apoio no Congresso.

Justiça
Faltando apenas o anúncio oficial para a sua confirmação, o futuro ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, tem feito reuniões para cuidar do formato de sua pasta. Provavelmente a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) sairá do Palácio do Planalto e irá para a pasta da Justiça. Está descartada a possibilidade de uma Secretaria de Segurança Pública diretamente vinculada a Lula.
O ocupante desse cargo responderá a Bastos. Um nome cotado para o posto, o de Luiz Eduardo Soares, membro da equipe de transição, enfrenta resistência no PT fluminense. A tendência é Bastos escolher outra pessoa. Com as duas secretarias na Justiça, Bastos terá sua posição reforçada. O advogado criminalista é amigo de Lula e tem apoio do Judiciário.
Na Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que deverá continuar no organograma da pasta da Justiça, o titular deverá ser o deputado Nilmário Miranda (PT-MG), que disputou a eleição para o governo de Minas.


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