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TRANSIÇÃO
R$ 4,3 bilhões são reserva para gastos sociais
Recursos do Orçamento permitem elevar salário mínimo para R$240
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Orçamento de 2003 terá uma
reserva de R$ 4,3 bilhões para cobrir gastos sociais e assegurar um
reajuste do salário mínimo dos
atuais R$ 200 para R$ 240.
Apesar de os recursos serem suficientes para garantir o aumento,
o relator-geral do Orçamento,
Sérgio Machado (PMDB-CE),
afirma que não está fixando o valor do novo mínimo na proposta.
Para Machado, a proposta atende à maioria dos congressistas,
que reivindica um reajuste para
R$ 240. Segundo ele, a decisão sobre qual o valor do novo mínimo
cabe ao governo de Lula. O relatório será apresentado hoje à Comissão Mista de Orçamento.
A reserva de R$ 4,3 bilhões foi
incluída no Orçamento a pedido
do PT. O partido concorda com
um aumento para R$ 240, mas
não quer fixar um valor agora
porque seria pressionado até
abril, principalmente pela oposição, a dar um aumento maior.
Oficialmente, o PT afirma que
não pode definir o valor do mínimo no Orçamento, pois não sabe
como as contas públicas se comportarão no início de 2003. Por isso, batizou os R$ 4,3 bilhões de
"reserva de risco fiscal". Além do
salário mínimo, o dinheiro será
destinado a programas de reforma agrária e habitacionais.
A reserva foi possível graças a
aprovação da prorrogação das alíquotas de 27,5% do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) e de
9% da CSLL (Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido) e o aumento do teto da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) de R$ 0,50 para
R$ 0,86 por litro de gasolina.
No Orçamento, o PT conseguiu
também destinar R$ 2,5 bilhões
para o programa Fome Zero,
prioridade do novo governo. O
relator-geral também reviu a distribuição de recursos do SUS (Sistema Único de Saúde), elevando
as dotações para os Estados em ao
menos 2,5%.
Já está previsto no Orçamento
um aumento do salário mínimo
dos atuais R$ 200 para R$ 220. Esse reajuste é obrigatório por determinação da Constituição, que
prevê que valor do mínimo deve
ser revisto anualmente para repor
as perdas da inflação.
Se aprovado na comissão, o Orçamento começa a ser votado
amanhã no plenário do Congresso. A previsão é encerrar a votação na quinta-feira.
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