São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SÃO PAULO

Governo arrecadou R$ 2,1 bi a mais do que gastou, excetuado os juros

Estado anuncia superávit recorde nas contas públicas

SANDRA BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Fernando Dall'Acqua, 51, tomou posse ontem e anunciou superávit primário recorde em 2000. O superávit deverá ser aproximadamente 40% maior do que o de 1999.
Com os números em fase de conclusão, Dall'Acqua estima que o superávit do ano passado deverá ficar em cerca de R$ 2,1 bilhões, contra R$ 1,5 bilhão em 1999.
Esse é um dos principais indicadores de saúde das contas públicas. O superávit primário mostra que o governo arrecadou mais impostos do que gastou com despesas correntes. Nessa contabilidade, não estão incluídos os juros da dívida pública.
Dall'Acqua substituiu a Yoshiaki Nakano, que permaneceu seis anos no cargo e agora vai coordenar os programas do governo do Estado por meio da Internet.
Segundo Dall'Acqua, se o superávit primário continuar crescendo além das expectativas, poderá ocorrer antes de 2008 o equilíbrio das contas do Estado. Esse equilíbrio consiste na utilização do saldo do superávit primário para o pagamento integral dos juros de 13% da dívida de São Paulo, que fechou o ano 2000 em R$ 60,71 bilhões.
Se a renegociação da dívida do Estado com a União não tivesse sido feita em 1997, ela somaria R$ 112,84 bilhões.
Dall'Acqua declarou que, enquanto São Paulo teve um superávit primário de R$ 1,5 bilhão em 1999, todos os outros Estados brasileiros juntos tiveram um déficit de R$ 100 milhões. "Assim, São Paulo e o resto do Brasil tiveram juntos um superávit de R$ 1,4 bilhão", afirmou.
O secretário da Fazenda disse ainda que está previsto para este ano um aumento da arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 3,5% em relação a 2000. No ano passado, foram arrecadados R$ 22,7 bilhões de ICMS. Desse total, R$ 830 milhões foram decorrentes de dois projetos de anistia e renegociação de dívidas com o governo. Em 2001, a previsão de arrecadação do ICMS é de R$ 23 bilhões.
A receita total de São Paulo para este ano, excluindo as transferências obrigatórias, deverá atingir R$ 33,7 bilhões. O governo vai gastar R$ 3,8 bilhões com pagamento da dívida do Estado e pretende destinar soma recorde para investimentos em 2001: R$ 2,17 bilhões. Com recursos do governo federal e empréstimos externos, o total de recursos para investimentos aumenta para R$ 2,82 bilhões.
O representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), Murilo Portugal, elogiou ontem a administração das contas públicas do Estado. "O caso de São Paulo é um exemplo para outras administrações do país."

Colaborou FELIPE PATURY, da Reportagem Local




Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: Solenidade: Governador faz piadas durante discurso
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.