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São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 2003

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PAINEL

Papel passado
Temendo traições de última hora, João Paulo (PT) recolheu assinaturas dos partidos da base governista para a formação de um bloco parlamentar. O documento será oficializado apenas se PMDB, PFL e PSDB se unirem para tentar tirar do PT a presidência da Câmara.

Entre aliados
Por tradição, o partido ou o bloco com o maior número de deputados tem o direito de ocupar a presidência da Câmara. Já assinaram o documento de João Paulo o PC do B, o PL, o PPS, o PSB, o PDT, o PSB, o PMN, o PV, o PSL, o PSDC e o PST. O PPB deve ser o próximo.

A defecção
Procurado pelo PT, Roberto Freire, presidente do PPS, recusou-se a colocar seu nome no papel para a formação do bloco. O deputado João Herrmann (SP), líder do PPS, assinou.

Fórmula tradicional
O Planalto prepara uma medida provisória para regulamentar o "Fome Zero". A MP deve sair nos próximos dias para que o projeto seja lançado no dia 30, como quer Lula. A intenção inicial era enviar um projeto à Câmara, mas isso atrasaria o cronograma por causa do recesso.

Saindo do discurso
A medida provisória vai defini as 41 ações do "Fome Zero" e direcionar R$ 1,8 bi ao programa. Também criará cerca de cem cargos para os seus gestores.

Pela sobrevivência
Renan Calheiros quer se distanciar da cúpula do PMDB. Avalia que sua candidatura à presidência do Senado foi inviabilizada pela ação do grupo, que teria pressionado o Planalto demais. Livre, tentará manter a liderança do partido ou, quem sabe, chegar à sua presidência.

Pauta indígena
Sete ONGs e 19 organizações indígenas enviaram carta a Lula para pedir a homologação de 23 terras indígenas, com 2,8 mi de hectares. Desde dezembro de 2001 nenhuma foi assinada.

Reta final
Entre as terras reivindicadas pelos índios está a Raposa/Serra do Sol, foco de conflito com fazendeiros em RR. De acordo com as ONGs, todos os processos estão prontos, restando apenas a assinatura de Lula.

Bem-vindo
Recém-empossado na Infraero, Carlos Wilson descobriu que o órgão pode ter gasto inutilmente R$ 20 mi na construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). A Aeronáutica, que autorizou a obra em 97, agora diz que a sua localização causa riscos ao tráfego aéreo.

Elefante na pista
A piada na Infraero é que Wilson, que no Senado presidiu a CPI das Obras Inacabadas, encontrou no governo outro elefante branco pela frente. Técnicos da Aeronáutica dizem que o novo aeroporto fica muito perto do de Parnamirim (Grande Natal), o que seria imprudente.

Pitotur
Secretário de Comunicação de Alckmin, João Mellão criou constrangimento para o governador. Assinou artigo, sem sua permissão, chamando a visita de Lula ao NE de "Fometur". O tucano subiu pelas paredes.

Apelo regional
Ronaldo Lessa (PSB-AL) pediu ontem a Lula que o preço do gás natural não seja unificado em todo o país. Diz que o valor no Nordeste, por ser uma região auto-suficiente, pode ser mais barato que no resto do país.

Bateu, levou
Presidente em exercício da OAB-SP, Orlando Haddad denunciou à Assembléia suposta quebra de decoro parlamentar de Roque Barbiere. O deputado chamou Haddad de "idiota", por ter dito que Barbiere é autor de lei que beneficia cartórios.


TIROTEIO

Do presidente da Federação dos Policiais Federais, Francisco Garisto, sobre Márcio Thomaz Bastos (Justiça) ter dito que aguarda "sentença transitada em julgado" para repatriar os dólares dos fiscais do Rio:
- Já está na hora de Thomaz Bastos pensar como ministro e perder a mania de falar como advogado. Deve ter processo no STF da época do Império que ainda não transitou em julgado.


CONTRAPONTO

Especialista na matéria

A escolha do ex-prefeito de Chapecó e candidato derrotado ao governo de Santa Catarina José Fritsch (PT-SC) para o cargo de secretário nacional da Pesca não desagradou ao deputado federal Edison Andrino (PMDB-SC). Coordenador da Frente Parlamentar da Pesca no Congresso, Andrino tem dito em Florianópolis que Fritsch é "honesto e bem intencionado":
- É melhor assim do que um político viciado que "conhece demais".
Mas Andrino, que já foi pescador profissional, amador e campeão de pesca submarina, não consegue disfarçar a estranheza com o anúncio do nome. Chapecó, de onde Fritsch vem, fica a uns 500 km do mar.
Em reuniões com políticos, Andrino brinca, entre risadas:
- José Fritsch não consegue distinguir um siri de uma tainha, mas eu acho que ele ainda chega lá!


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