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Presidente diz ter votos suficientes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva afirmou ontem aos líderes aliados que não enfrenta dificuldade para formar sua base parlamentar e que já tem apoio para
aprovar as reformas constitucionais, projetos que dependem de
maior quórum (três quintos dos
518 deputados federais e dos 81
senadores, em dois turnos de votação em cada Casa).
Lula disse que o PPB entrará oficialmente na base de apoio e que
negociações com PFL, PMDB e
PSDB lhe darão margem de segurança suficiente para os projetos
mais difíceis. Segundo os presentes, ele não falou em cargos para
os aliados, apesar de essa ser uma
das principais moedas de troca
para eleger João Paulo Cunha
(PT-SP) presidente da Câmara e
formar sua base parlamentar.
O presidente disse que sempre
ouviu falar que era difícil governar, mas que ele não achava isso
por entender que pode ter uma
relação de "aproximação e respeito" com o Congresso. Ele não falou qual é o número de deputados
federais que o apoiariam. Mas a
Folha apurou que os líderes que
participaram da reunião já contabilizam mais de 330 deputados.
Numa reunião de manhã, antes
do encontro com Lula, líderes
aliados concluíram que o governo
tem garantidos 280 votos na Câmara. Nessa conta, entram as forças que já apóiam Lula mais a
grande maioria do PMDB, que
elegeu 74 deputados federais.
Para ultrapassar a marca de 330,
o governo contabiliza uma bancada de 22 a 24 deputados federais
controlados pelo senador eleito
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), mais o apoio do PPB, que
elegeu 49 deputados, e até de um
inusitado "G-12" do PSDB.
Dos 49 deputados do PPB, Lula
conta com pelo menos 35, que deverão apoiá-lo em troca de cargos
de segundo e terceiro escalão.
O "G-12" do PSDB é um grupo
de 12 dos 74 deputados tucanos
eleitos que estão assim classificados na lista de apoiadores do PT.
O tamanho dessa base lembra a
de FHC nos momentos de maior
força do ex-presidente. Mas é preciso uma margem de segurança,
porque os três quintos da Câmara
equivalem a 308 deputados. FHC
chegou a perder votação por apenas um voto. O presidente disse
aos líderes que vai ler pessoalmente a mensagem presidencial
na reabertura do Congresso, em
fevereiro, como forma de demonstrar a importância da instituição para o seu governo.
Apresentou o novo líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo
(PC do B-SP). Aldo buscou na história argumentos para justificar a
diversidade de apoios ao governo.
Lembrou que a Independência do
país foi garantida pelo filho do
imperador. "O Brasil sempre obteve vitórias quando forças heterogêneas se uniram."
(KA e RC)
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