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PREVIDÊNCIA
Promessa foi feita ontem pelo presidente da entidade, João Antônio Felício, após reunião com o ministro Berzoini
CUT fará greve se reforma excluir militares
LILIAN CHRISTOFOLETTI
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A CUT (Central Única dos Trabalhadores), braço sindical do PT,
prometeu reagir com greves e
protestos caso o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) exclua os militares ou qualquer outra categoria do regime
único de Previdência.
A reação foi prometida ontem
pelo presidente da CUT, João Antônio Felício, logo após deixar o
gabinete do ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini.
O sindicalista afirmou também
que irá pressionar os parlamentares "em suas bases e no Congresso
Nacional" se eles não defenderem
o fim da aposentadoria diferenciada. "Seremos contra qualquer
exclusão do sistema universal de
aposentadoria. Manifestações,
paralisações, pressões aos parlamentares, vamos fazer o que sempre fizemos nos 19 anos de existência da CUT", afirmou Felício.
"Berzoini sabe bem como nós agimos", completou.
Proximidade
O ministro da Previdência sempre teve uma proximidade muito
grande com o movimento sindical. Entre 1992 e 1994, por exemplo, Berzoini assumiu a presidência nacional da Confederação dos
Bancários da CUT.
Da conversa com o ministro,
Felício afirmou ter saído com a
certeza de que a reforma não está
definida e que interessa ao governo criar um regime único, apesar
das pressões de diversos setores
de servidores públicos.
Berzoini tem conversado diariamente com cinco ou seis diferentes representantes de associações
e de sindicatos, que basicamente
defendem a especificidade de suas
funções e a manutenção da aposentadoria equivalente ao último
salário da ativa.
A única garantia do governo,
por enquanto, foi para os militares. Berzoini afirmou que os
membros das Forças Armadas terão um regime de aposentadoria
diferenciado.
Farda e enxada
"Estou rindo muito com essa
história das especificidades. Não
consigo imaginar por que alguém
tem uma situação específica porque usa farda e outro não porque
usa enxada, bisturi ou avental.
Defendo para todos os trabalhadores um mesmo teto de aposentadoria. Se deixar uma categoria
fora desse sistema, será muito difícil convencer outra a abrir mão
da aposentadoria integral", afirmou o sindicalista.
A CUT defende um teto de contribuição de 20 salários mínimos
para todos os servidores públicos,
sem exceção. Quer ainda que o
fundo previdenciário tenha uma
administração compartilhada entre o governo e os representantes
sindicais.
"Querer uma Previdência universal que exclua juízes, desembargadores, diplomatas, militares, justamente os setores com as
aposentadorias mais suculentas, é
uma injustiça e uma agressão ao
povo brasileiro."
Berzoini, segundo o presidente
da CUT, se comprometeu a uma
nova conversa sobre reforma da
Previdência, para a próxima semana, em São Paulo.
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