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PMDB pró-Lula quer Simon líder do partido
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA
Integrantes do PMDB que
apóiam o governo lançaram ontem em João Pessoa (PB) a candidatura do senador Pedro Simon
(RS) para a liderança do partido
no Senado. O grupo, que já considera certa a vitória da candidatura
do senador José Sarney (AP) à
presidência da Casa, anunciou a
realização de uma convenção extraordinária em 16 de fevereiro.
O ex-governador de São Paulo
Orestes Quércia assumiu o comando da equipe de seis pessoas
que vai tentar viabilizar essa convenção. O mesmo grupo que esteve ontem na Paraíba voltará a se
reunir no dia 30, em Brasília, para
definir as estratégias.
Nomes como o do senador Maguito Vilela (GO) e do próprio
Quércia circularam ontem como
possíveis candidatos à sucessão
do deputado federal Michel Temer (SP) no comando do partido.
A idéia dos peemedebistas, entretanto, é só tratar publicamente
do assunto no início do próximo
mês. Eles não querem correr o risco de sobrepor pressões e desviar
as atenções para o que consideram prioritário hoje: a eleição de
Sarney e de Simon.
O senador gaúcho, presente no
encontro, aceitou disputar o cargo. Disse estar disposto a colaborar com o partido e, repetindo o
discurso de Sarney na reunião,
afirmou que o importante "é pensar na unidade do partido".
"A unidade não implica a desistência da candidatura de Renan
Calheiros [AL" à presidência do
Senado", disse Simon, sobre o
candidato apoiado pela direção
nacional do PMDB. "Unidade significa a concordância em apoiar
os escolhidos pela bancada."
A Agência Folha apurou que o
governo e a ala peemedebista que
o apóia estudam uma "saída honrosa" para Renan: o senador poderá ser convidado a assumir a
função de líder do governo.
"Discriminação"
Ao final do encontro, o senador
José Maranhão (PB) leu a "Carta
de João Pessoa", com as decisões
tomadas pelos participantes. A
necessidade de unir o partido está
em três dos seis itens da carta.
No documento, entretanto, os
peemedebistas repudiam a "política de discriminação" que teria
sido adotada pela direção do partido contra o diretório de São
Paulo e as ameaças de intervenção
em outras seções estaduais, como
a da Paraíba, por supostas divergências políticas.
O governador do Paraná, Roberto Requião, foi quem mais criticou a cúpula do PMDB. "Não
aceitamos de forma alguma a punição de São Paulo por ter se rebelado contra uma condução equivocada da direção nacional."
Sarney aplaudiu o governador,
mas preferiu adotar a diplomacia
e o saudosismo em seu discurso.
O ex-presidente afirmou que a
reunião buscava a retomada da
identidade do PMDB e, lembrando o slogan de seu governo, o "tudo pelo social", afirmou que, sob
seu comando, o país iniciou a
"busca das soluções dos problemas sociais".
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