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Mercosul fechará acordo "ambicioso" com países árabes, afirma embaixador
DA SUCURSAL DO RIO
O Mercosul fechará acordo
"ambicioso" de livre comércio
com o Conselho de Cooperação
do Golfo (que reúne países árabes) até junho deste ano, envolvendo mais de 90% de bens
agrícolas e manufaturados,
além das áreas de serviços e investimentos, disse ontem o embaixador Régis Arslanian, principal negociador do Itamaraty.
"É um acordo ambicioso porque é muito abrangente", disse
o embaixador, que se reuniu
com representantes do bloco
econômico árabe no Rio.
Na reunião, os dois blocos
avançaram nas ofertas de bens,
chegando a trocar listas de produtos nas quais haverá isenção
de tarifas. Também foi fechado
o arcabouço de normas que irá
regular as ofertas nos setores
de serviços e investimentos.
Arslanian afirmou que a negociação está "praticamente fechada". A expectativa é que a
assinatura final será em junho,
durante a reunião ministerial
do Conselho de Cooperação do
Golfo, na Arábia Saudita.
Um dos pontos mais importantes, diz, foi a oferta do bloco
do golfo para o setor automotivo, que tem "grande interesse"
em exportar para a região, mas
sofre com as altas tarifas de importação. Segundo ele, tanto
Brasil como Argentina podem
se beneficiar da abertura comercial no setor.
Se concretizado, esse será o
primeiro acordo comercial amplo do Mercosul, que vive impasse na negociação com a
União Européia. Arslanian afirmou que vê muito menos pontos sensíveis no acordo com os
árabes do que no que negocia
com os europeus, o que possibilitará trocas mais abrangentes.
"Da nossa parte, deve abranger mais de 90% do comércio."
Apesar dos avanços, o embaixador acredita que as ofertas
dos dois lados ainda podem ser
melhoradas. Outro ponto que
ainda não foi discutido, diz, é a
questão das salvaguardas comerciais. Também não tiveram
início as negociações para a elaboração de mecanismos de solução de controvérsias.
O embaixador disse que o
bloco árabe é o segundo maior
importador de produtos agrícolas do mundo. No ano passado, o Brasil exportou US$ 1,4
bilhão aos países que integram
o bloco.
(PEDRO SOARES)
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