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Nomeação de Lobão abre apetite de PMDB e aliados
Governo tenta atender demandas por cargos em estatais e bancos públicos
Fazenda veta negociação
com cargos estratégicos de
Receita e Serpro; objetivo é
facilitar votação de medidas
provisórias no Congresso
LUCIANA OTONI
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A nomeação do peemedebista Edison Lobão(MA) para o
Ministério de Minas e Energia
destravou a fila de nomeações
pendentes no segundo escalão
e na diretoria de estatais. Partidos aliados começaram ontem
mesmo a cobrar seus cargos em
aberto, confiantes na promessa
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva de resolver todas as
questões ainda neste mês.
O primeiro movimento partiu do ministro José Múcio
(Relações Institucionais), que
esteve de manhã com Guido
Mantega (Fazenda) para negociar cargos de bancos públicos
para o PMDB.
Mantega avisou que não abre
mão de alguns cargos estratégicos, como representações regionais da Receita Federal e do
Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).
Outros cargos de interesse do
PMDB são as representações
estaduais ou regionais em bancos públicos, a exemplo da Caixa Econômica Federal. Os peemedebistas também querem
delegacias regionais do Ministério da Agricultura.
Mas, atingido o objetivo de
emplacar Lobão, o alvo agora
são as presidências de Eletronorte e Eletrobrás, além de diretorias em Furnas e Eletrosul.
"Não é barganha. Estamos
resolvendo coisas que foram
prometidas e acordadas. Isso
precisa ser materializado. Não
tem deputado barganhando
não", afirmou Múcio. Segundo
ele, a indicação de Lobão era
um pedido antigo do PMDB
que precisava ser atendido.
A negociação de cargos em
bancos públicos e estatais para
peemedebistas é parte das articulações do governo para assegurar a aprovação da medida
provisória que aumenta a CSLL
(Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido), além de matérias difíceis programadas para
os próximos meses no Congresso, como a medida provisória que cria a nova TV pública.
Outras siglas pretendem tirar proveito das mudanças no
setor elétrico e tentar nomear
aliados. O PR tem demanda antiga na Chesf, estatal que cuida
do fornecimento de luz no Nordeste, para o ex-governador do
Ceará Lúcio Alcântara.
Já o PP agora pede uma diretoria de Itaipu para um aliado
do deputado federal Dilceu
Sperafico (PR). O posto mais visado é a Diretoria de Coordenação, hoje ocupada por um pedetista, Nelton Miguel Friedrich.
Muitos dos cargos que devem
ser trocados pertencem a petistas, que começam a reagir. "O
segundo escalão do setor elétrico, ainda mais no atual contexto, não é para aprendizes. É aí
que mora o perigo", afirmou o
deputado federal Fernando
Ferro (PT-PE).
Colaborou VALDO CRUZ, da Sucursal de Brasília
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