São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 2006

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ELEIÇÕES 2006

Presidente visita região onde tem a menor taxa de aprovação do país

No Sul, Lula anuncia pacote de benefícios para agricultores

CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A CAXIAS DO SUL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou sua viagem ontem a Flores da Cunha e Caxias do Sul, na região serrana do Rio Grande do Sul, para lembrar os produtores das ações adotadas pelo governo federal em benefício deles. Lula também anunciou um "pacote de bondade" aos agricultores, que, entre outros itens, inclui a liberação de créditos de R$ 200 milhões para a colheita da uva. Os recursos estarão disponíveis a partir de segunda e terão juros anuais de 8,75% e prazo de pagamento até dezembro de 2007.
De acordo com pesquisa Datafolha publicada há duas semanas, Lula aumentou sua popularidade em todas as regiões. O Sul, porém, continua o local mais crítico ao seu governo. Segundo o instituto, a aprovação ao petista aumentou oito pontos percentuais na região (passou de 19% para 27%), e a reprovação caiu sete pontos (de 39% para 32%).
A região onde Lula esteve é reduto eleitoral de Germano Rigotto, governador do Rio Grande do Sul e um dos pré-candidatos a presidente pelo PMDB. Ontem, o presidente e o governador conversaram em diversas ocasiões e Rigotto, em seu discurso, elogiou Lula. A ala governista do PMDB prefere Rigotto como candidato, em detrimento do ex-governador do Rio Anthony Garotinho.
A última vez que Lula participou da abertura da Festa da Uva, em Caxias do Sul, foi em 2004, como ele relembrou. "Na ocasião, terminei meu discurso dizendo que voltaria em dois anos para prestar contas do que fizemos para o setor [da vinicultura]. E é para isso que estamos aqui hoje."
Em seguida, o presidente enumerou as ações adotadas pelo governo federal e que atendem aos pedidos dos produtores, como a instituição de cotas para a entrada do vinho argentino no mercado.
Lula, que segundo o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, está sem beber álcool há mais de 40 dias, experimentou um espumante da região e abriu a garrafa à moda, com um sabre.
Antes, em Porto Alegre, Lula elogiou a democracia. O discurso foi feito na 9ª Assembléia do CMI (Conselho Mundial de Igrejas), para cerca de 3.000 pessoas: ""Para um país que viveu 23 anos subordinado a um regime autoritário [na verdade, foram 21 anos, de 1964 a 1985], não tem barulho mais gostoso do que o barulho do povo gritando -contra ou a favor, não importa, o que importa é que ele esteja gritando".
O evento, que termina no dia 23, ocorre de sete em sete anos. A Igreja Católica não integra o CMI, entidade que engloba a Igreja Anglicana do Reino Unido, a Igreja Evangélica Luterana da Alemanha, a Igreja Presbiteriana dos EUA e a Igreja Ortodoxa Russa.


Colaborou LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre


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