|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006
Presidente visita região onde tem a menor taxa de aprovação do país
No Sul, Lula anuncia pacote de benefícios para agricultores
CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A CAXIAS DO SUL
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva aproveitou sua viagem ontem a Flores da Cunha e Caxias do
Sul, na região serrana do Rio
Grande do Sul, para lembrar os
produtores das ações adotadas
pelo governo federal em benefício
deles. Lula também anunciou um
"pacote de bondade" aos agricultores, que, entre outros itens, inclui a liberação de créditos de
R$ 200 milhões para a colheita da
uva. Os recursos estarão disponíveis a partir de segunda e terão juros anuais de 8,75% e prazo de pagamento até dezembro de 2007.
De acordo com pesquisa Datafolha publicada há duas semanas,
Lula aumentou sua popularidade
em todas as regiões. O Sul, porém,
continua o local mais crítico ao
seu governo. Segundo o instituto,
a aprovação ao petista aumentou
oito pontos percentuais na região
(passou de 19% para 27%), e a reprovação caiu sete pontos (de
39% para 32%).
A região onde Lula esteve é reduto eleitoral de Germano Rigotto, governador do Rio Grande do
Sul e um dos pré-candidatos a
presidente pelo PMDB. Ontem, o
presidente e o governador conversaram em diversas ocasiões e
Rigotto, em seu discurso, elogiou
Lula. A ala governista do PMDB
prefere Rigotto como candidato,
em detrimento do ex-governador
do Rio Anthony Garotinho.
A última vez que Lula participou da abertura da Festa da Uva,
em Caxias do Sul, foi em 2004, como ele relembrou. "Na ocasião,
terminei meu discurso dizendo
que voltaria em dois anos para
prestar contas do que fizemos para o setor [da vinicultura]. E é para isso que estamos aqui hoje."
Em seguida, o presidente enumerou as ações adotadas pelo governo federal e que atendem aos
pedidos dos produtores, como a
instituição de cotas para a entrada
do vinho argentino no mercado.
Lula, que segundo o ministro do
Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, está sem beber álcool há
mais de 40 dias, experimentou
um espumante da região e abriu a
garrafa à moda, com um sabre.
Antes, em Porto Alegre, Lula
elogiou a democracia. O discurso
foi feito na 9ª Assembléia do CMI
(Conselho Mundial de Igrejas),
para cerca de 3.000 pessoas: ""Para
um país que viveu 23 anos subordinado a um regime autoritário
[na verdade, foram 21 anos, de
1964 a 1985], não tem barulho
mais gostoso do que o barulho do
povo gritando -contra ou a favor, não importa, o que importa é
que ele esteja gritando".
O evento, que termina no dia 23,
ocorre de sete em sete anos. A
Igreja Católica não integra o CMI,
entidade que engloba a Igreja Anglicana do Reino Unido, a Igreja
Evangélica Luterana da Alemanha, a Igreja Presbiteriana dos
EUA e a Igreja Ortodoxa Russa.
Colaborou LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre
Texto Anterior: Negócios: Oposição recobra fôlego com o caso Gamecorp Próximo Texto: A produtores presidente elogia vinho francês Índice
|