São Paulo, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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Aliados querem de Dilma tratamento igual

Reivindicação da base do governo é que pré-candidata e Lula ou prestigiem todos os palanques ou não compareçam a nenhum

"Ela não pode entrar em bola dividida", diz pedetista; para secretário do PSB, não se pode tratar candidatos da base de maneira diferente


DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

Em pé de guerra nos Estados, os partidos da base do governo Lula tentam impor regras de comportamento à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como condição de apoio à sua candidatura à Presidência.
Do PC do B ao PMDB, aliados exigem tratamento equânime do PT, de Dilma, e, especialmente, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos Estados. A reivindicação é que ou se prestigie todos os palanques ou não se vá a nenhum.
Presidente do PDT, o ministro Carlos Lupi apresentou a Dilma essa fórmula para o Maranhão. Lá, o PDT e o PMDB serão adversários.
"No Maranhão, o que combinamos é que ou ela vai aos dois ou não vai a nenhum. Ela não pode entrar em bola dividida."
No Maranhão, o PT -leia-se Lula- é disputado pelo PMDB e pelo PC do B. Dividido, o PT deverá se decidir em março, durante encontro estadual.
Pré-candidato do PC do B, o deputado Flávio Dino diz que considera uma "questão essencial" ter o apoio do partido.
Ressaltando que Ciro Gomes ainda está no páreo, o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, afirma que, na hipótese de aliança com o PT, "não se pode dar tratamento diferenciado a candidatos da mesma base".
É o argumento do senador Renato Casagrande, que poderá disputar contra o PMDB o governo do Espírito Santo.
"Se ela for escolhendo um palanque em cada Estado, daqui a pouco estará criando uma verticalização particular, própria."
Disposto a enfrentar o PT na Bahia, o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima (PMDB), diz que, nas eleições, dança a "música que tocarem".
"A única que não danço é vir para um e não vir para outro."
Geddel é usado por petistas como resposta ao governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), que cobra exclusividade de Dilma. Mas, afirmando que os petistas traíram o PMDB no Estado, diz não reconhecer "autoridade moral no PT baiano para questionar" seu comportamento.
Já o presidente do PT do Rio, Alberto Cantalice, considerou "inoportuna" a cobrança.
Segunda-feira, Cabral disse ter conversado, no dia anterior, com Dilma sobre o que considera incoerência no apoio a duas candidaturas: a dele e a de Anthony Garotinho (PR).
"Como ela vai estar um dia num palanque e outro dia no outro? Assim, ela não vai ter o voto nem da minha mulher."
"No Rio, vamos apoiar o Cabral. Se Garotinho quiser apoiar a Dilma, como vamos dizer não?", reagiu Cantalice.


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