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Aliados querem de Dilma tratamento igual
Reivindicação da base do governo é que pré-candidata e Lula ou prestigiem todos os palanques ou não compareçam a nenhum
"Ela não pode entrar em bola dividida", diz pedetista; para secretário do PSB, não se pode tratar candidatos da base de maneira diferente
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Em pé de guerra nos Estados,
os partidos da base do governo
Lula tentam impor regras de
comportamento à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como
condição de apoio à sua candidatura à Presidência.
Do PC do B ao PMDB, aliados
exigem tratamento equânime
do PT, de Dilma, e, especialmente, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos Estados. A
reivindicação é que ou se prestigie todos os palanques ou não
se vá a nenhum.
Presidente do PDT, o ministro Carlos Lupi apresentou a
Dilma essa fórmula para o Maranhão. Lá, o PDT e o PMDB
serão adversários.
"No Maranhão, o que combinamos é que ou ela vai aos dois
ou não vai a nenhum. Ela não
pode entrar em bola dividida."
No Maranhão, o PT -leia-se
Lula- é disputado pelo PMDB
e pelo PC do B. Dividido, o PT
deverá se decidir em março,
durante encontro estadual.
Pré-candidato do PC do B, o
deputado Flávio Dino diz que
considera uma "questão essencial" ter o apoio do partido.
Ressaltando que Ciro Gomes
ainda está no páreo, o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, afirma que, na hipótese de
aliança com o PT, "não se pode
dar tratamento diferenciado a
candidatos da mesma base".
É o argumento do senador
Renato Casagrande, que poderá disputar contra o PMDB o
governo do Espírito Santo.
"Se ela for escolhendo um palanque em cada Estado, daqui a
pouco estará criando uma verticalização particular, própria."
Disposto a enfrentar o PT na
Bahia, o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima
(PMDB), diz que, nas eleições,
dança a "música que tocarem".
"A única que não danço é vir
para um e não vir para outro."
Geddel é usado por petistas
como resposta ao governador
do Rio, Sérgio Cabral Filho
(PMDB), que cobra exclusividade de Dilma. Mas, afirmando
que os petistas traíram o
PMDB no Estado, diz não reconhecer "autoridade moral no
PT baiano para questionar" seu
comportamento.
Já o presidente do PT do Rio,
Alberto Cantalice, considerou
"inoportuna" a cobrança.
Segunda-feira, Cabral disse
ter conversado, no dia anterior,
com Dilma sobre o que considera incoerência no apoio a
duas candidaturas: a dele e a de
Anthony Garotinho (PR).
"Como ela vai estar um dia
num palanque e outro dia no
outro? Assim, ela não vai ter o
voto nem da minha mulher."
"No Rio, vamos apoiar o Cabral. Se Garotinho quiser
apoiar a Dilma, como vamos dizer não?", reagiu Cantalice.
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