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GOVERNO
Goiano, maranhense e potiguar destinaram no
ano passado parcela significativa dos recursos à terra natal
Ministros dão mais
verba a seus Estados
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Titular da Secretaria Especial de
Desenvolvimento Urbano (Sedu),
o ministro Ovídio de Ângelis
(PMDB) destinou a Goiás, seu Estado de origem, 23,3% das verbas
distribuídas pela pasta em 2000.
São R$ 11,6 milhões repassados
diretamente a municípios.
Segunda colocada no ranking
de Ovídio, a Bahia, que tem 415
municípios, recebeu R$ 5,9 milhões, metade do que foi destinado a Goiás, onde há 252 cidades.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra
(PMDB), colocou seu Estado, o
Rio Grande do Norte, entre os que
mais receberam verbas em transferências diretas a municípios.
As cidades potiguares receberam R$ 24,3 milhões -9,92% dos
recursos distribuídos por Bezerra.
Trata-se do segundo lugar entre
os municípios mais beneficiados
com verbas da Integração Nacional, perdendo apenas para os mineiros, com R$ 27,53 milhões
(11,21%).
O Rio Grande do Norte tem 166
municípios e 2,7 milhões de habitantes, contra 853 cidades e uma
população de 17,8 milhões de pessoas em Minas Gerais.
No levantamento, elaborado
pelo gabinete do deputado João
Paulo Cunha (PT-SP) com base
em dados do Tesouro Nacional e
do Siafi (sistema informatizado
de acompanhamento dos gastos
federais), o maior desequilíbrio
está nos repasses feitos para o Maranhão pelo ministro José Sarney
Filho, do Meio Ambiente.
Maranhense e irmão da governadora Roseana Sarney, o ministro mandou para o governo daquele Estado 55,49% -R$ 12,7
milhões- das transferências voluntárias que realizou em 2000.
São recursos cuja destinação
não está definida na Constituição,
deixando-os mais sujeito à influência política. Outros R$ 10,8
milhões foram diretamente para
as cidades maranhenses, o que
corresponde a 23,12% do que Sarney Filho investiu em municípios
de todo o Brasil.
"Não dá para crer que o Maranhão tenha metade dos problemas de meio ambiente do país",
afirma o deputado João Paulo.
Com práticas similares no trato
das verbas enviadas aos municípios, os peemedebistas adotaram
critérios diferenciados na hora de
distribuir entre os governadores
as transferências voluntárias.
Ovídio liberou R$ 1 milhão
-11% dos recursos da Sedu-
para o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo. Preferiu investir recursos em Santa Catarina.
Administrado pelo PPB, o Estado
levou R$ 2 milhões (21,72%).
Já Bezerra, que se elegeu para o
Senado também impulsionado
pelo slogan "O senador do Garibaldi", mandou R$ 48,3 milhões
-13,3% do bolo- para o governador Garibaldi Alves, que, como
ele, é do PMDB.
Ovídio de Ângelis é ligado ao senador Íris Rezende (PMDB-GO),
cujo afilhado político senador
Maguito Vilela (PMDB-GO) deverá disputar o governo de Goiás.
Mas se Vilela optar por deixar o
partido, como já ensaiou nas últimas eleições, e se candidatar por
uma outra legenda, Ovídio entra
como principal opção peemedebista no pleito.
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