DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Marcelo Resende, se comparou ontem ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, quando, em discurso, atacou a "imprensa", que, segundo ele, o critica por ser "uma extensão do movimento social na luta pela terra". Ele também se comparou ao ministro Roberto Rodrigues (Agricultura).
"Eu não vejo nenhum problema [no fato de] o presidente do Banco Central ser alguém que venha do meio e ser um representante da política macroeconômica. Eu não vejo nenhum problema [no fato de] o ministro da Agricultura ser uma pessoa que vem do meio, que representa inclusive a categoria dele e faz parte do nosso governo. Mas eu não posso aceitar que, quando no governo tem uma pessoa comprometida com os movimentos sociais, venha a imprensa dizer que não pode ter um representante dos movimentos sociais também no governo", disse.
Afirmação ter "uma história de gestão de política pública", Resende pediu "respeito da imprensa". Seu discurso ocorreu na posse da superintendência do Incra-MG. Em entrevista, disse que não pode ser "rotulado" por "respeitar" os movimentos sociais.
"Certos jornalistas chegaram a pedir, de forma antidemocrática, nomes para serem mudados dentro do governo em razão disso. Até do próprio ministro [Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário]. Queriam que colocasse quem à frente do Incra?"
Resende disse que será preciso haver um recadastramento para que o Incra saiba efetivamente quantos são os assentados, qual o passivo de infra-estrutura nos assentamentos e quantos trabalhadores venderem seus lotes.
Ele afirmou que ninguém sabe ao certo quantas são as famílias assentadas. (PAULO PEIXOTO)


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