São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2004

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Oposição defende gestão Palocci

Alan Marques/Folha Imagem
Mercadante e Tasso Jereissati se cumprimentam no Senado


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em discurso da tribuna, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) defendeu ontem a política econômica do governo e acusou setores da própria base governista de responsáveis por um "movimento de desestabilização" do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda).
Mais tarde, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), também disse ser importante fazer a distinção entre a crise política em razão do caso Waldomiro Diniz e a condução da economia.
Tasso reiterou o "firme e absoluto" compromisso do PSDB com a estabilidade política e econômica do governo e fez uma advertência: "A desestabilização do ministro Palocci acarretaria o mais absoluto caos neste momento".
"Tentam transformar a crise política numa crise econômica, de repercussões imprevisíveis. Pior é constatar que, diferentemente do que ouvimos da bancada governista -que a oposição se aproveitaria de questiúnculas para prejudicar a governabilidade-, tal iniciativa parte da própria base governista. Nesse sentido, o momento é extremamente grave."
Apesar dos elogios, Tasso critica a política de juros altos, a falta de políticas sociais, a ausência de estratégias de desenvolvimento e a paralisia governamental no combate ao crescente desemprego e à concentração de renda.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), considerou o discurso de Tasso relevante, por marcar uma mudança no padrão de ação política da oposição. O líder reconheceu que houve declarações de setores da base "intempestivas, descabidas, inconsistentes e oportunistas".
Segundo Tasso, foram aliados do governo que tentaram, com "uma tática diversionista e deliberada, perigosamente desestabilizar o ministro da Fazenda. Se a política econômica merece reparos e críticas por falta de ousadia e criatividade, tem o mérito de ter controlado a inflação e recuperado a confiança internacional".
Para Borhausen, "é preciso diferenciar a crise que hoje vive o governo, que é político-administrativa, da condução econômica. Não há ligação entre o crescimento do Brasil neste ano com a falta de capacidade do governo de fazer transparente os seus atos".
O pefelista também atribuiu à ação de setores da própria base governista e à "falta de autoridade" do presidente a tentativa de desgastar Palocci. Ele lembrou a divulgação de uma nota pelo PT, pedindo mudanças na economia.
"A tentativa de desestabilizar Palocci é interna no governo."
(RAQUEL ULHÔA)

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