São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2004

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AGENDA NEGATIVA

Objetivo é atenuar críticas; para Lula, reivindicação é "irreal"

Grevistas da Polícia Federal suspendem operação padrão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Depois de anunciar que iriam intensificar a greve, os agentes, papiloscopistas e escrivães da Polícia Federal recuaram ontem e anunciaram a suspensão da operação padrão, que causava filas nos aeroportos.
A inspeção minuciosa dos passageiros pode ser retomada na próxima segunda-feira. Segundo os representantes dos manifestantes, a medida é para atenuar críticas da imprensa e mostrar que os grevistas querem negociar.
A greve completa dez dias hoje. Os funcionários afirmam que o governo não está cumprindo uma lei de 1996 que instituiu a necessidade de ter nível superior para ingressar na carreira. Os salários, no entanto, dizem, continuam a ser de nível médio.
As negociações estão paralisadas. O comando de greve acusa o Ministério da Justiça de ter fechado as portas para negociação. Já o governo afirma que aguarda uma posição do movimento.
Ontem, em Fortaleza, o presidente Lula criticou a greve da PF. Para o presidente, a reivindicação dos grevistas, de um reajuste de 85%, é "irreal". Ao se autodenominar "o dirigente sindical mais importante da história do país", Lula disse que, quando começou a atuar como sindicalista, faltava "bom senso" ao reivindicar valores que não podiam ser pagos.
"Eu comecei minha vida sindical gritando: "83% ou nada". Conclusão: fiquei sem nada. Porque, em algum momento, faltou bom senso para perceber que entre o nada e o 83 tinham outros 82 números e que eu poderia ter colocado outra palavra."


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