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AGENDA NEGATIVA
Objetivo é atenuar críticas; para Lula, reivindicação é "irreal"
Grevistas da Polícia Federal suspendem operação padrão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Depois de anunciar que iriam
intensificar a greve, os agentes,
papiloscopistas e escrivães da Polícia Federal recuaram ontem e
anunciaram a suspensão da operação padrão, que causava filas
nos aeroportos.
A inspeção minuciosa dos passageiros pode ser retomada na
próxima segunda-feira. Segundo
os representantes dos manifestantes, a medida é para atenuar
críticas da imprensa e mostrar
que os grevistas querem negociar.
A greve completa dez dias hoje.
Os funcionários afirmam que o
governo não está cumprindo uma
lei de 1996 que instituiu a necessidade de ter nível superior para ingressar na carreira. Os salários, no
entanto, dizem, continuam a ser
de nível médio.
As negociações estão paralisadas. O comando de greve acusa o
Ministério da Justiça de ter fechado as portas para negociação. Já o
governo afirma que aguarda uma
posição do movimento.
Ontem, em Fortaleza, o presidente Lula criticou a greve da PF.
Para o presidente, a reivindicação
dos grevistas, de um reajuste de
85%, é "irreal". Ao se autodenominar "o dirigente sindical mais
importante da história do país",
Lula disse que, quando começou
a atuar como sindicalista, faltava
"bom senso" ao reivindicar valores que não podiam ser pagos.
"Eu comecei minha vida sindical gritando: "83% ou nada". Conclusão: fiquei sem nada. Porque,
em algum momento, faltou bom
senso para perceber que entre o
nada e o 83 tinham outros 82 números e que eu poderia ter colocado outra palavra."
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