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CONCLUSÕES
Relator diz que pedirá indiciamento de Dirceu
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre as mais de cem pessoas
que terão seu indiciamento pedido pela CPI dos Correios, o relator, deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR), afirmou que estará o
ex-ministro e deputado cassado
José Dirceu, por corrupção ativa e
tráfico de influência.
Segundo o relator, ele se baseará
nos episódios descritos pelo também deputado cassado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), segundo o
qual Dirceu era o mentor do esquema do "mensalão", para pedir
sua condenação ao Ministério Público Federal.
"Tínhamos uma conduta repreensível no Congresso, de interesse do governo, e alguém comandava isso", afirmou Serraglio. "Se havia ocupação de diretorias como instrumento de facilitação econômica para partidos
políticos, eu não posso passar à
frente desses fatos", acrescentou.
Dirceu afirmou ontem que não
há provas para indiciá-lo e que, se
isso acontecer, será absolvido.
"Estou sendo investigado desde
agosto de 2005 e não há nenhuma
prova contra mim. Tenho certeza
de que serei absolvido", disse ele.
A apresentação do relatório final da CPI, que estava prevista para terça-feira, deve ser adiada para
o dia 29. Os parlamentares estão
com dificuldade em consolidar a
tempo os dados das investigações.
Serraglio também afirmou que
pedirá o indiciamento do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) devido a supostas irregularidades em contratos
de publicidade de estatais, que
eram supervisionados pela Secom. Gushiken, hoje chefe do
NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos), tem negado as acusações
afirmando que não tinha o papel
de fiscalizar a execução de contratos, mas apenas o de traçar estratégias de comunicação.
O relator disse ainda que mantém a decisão de incluir no documento que Jefferson avisou ao
presidente Lula do suposto esquema do "mensalão" antes do escândalo vir à tona. "O presidente
Lula determinou que fossem tomadas providências", disse Serraglio, referindo-se ao suposto pedido feito ao então ministro Aldo
Rebelo (Coordenação Política) e
ao então presidente da Câmara,
João Paulo Cunha (PT-SP), para
que investigassem o caso.
Ao final de dez meses de trabalho, Serraglio afirmou que está
decepcionado com o Congresso.
"Eu tinha outra visão, não sabia
dessa promiscuidade", afirmou o
deputado, que pretende propor a
criação de uma comissão permanente no Congresso para investigar casos de corrupção.
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