São Paulo, sábado, 18 de março de 2006

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"MENSALÃO"/ CONEXÃO PEEMEDEBISTA

Presidente da Transpetro diz que "não se lembra" do que que tratou com ex-assessor do PMDB em reunião em seu gabinete

Ex-deputado pede "investigação séria" de conversas gravadas

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ex-deputado José Borba disse que espera que essas denúncias e as "possíveis gravações", sejam investigadas seriamente. "Uma investigação séria sobre o caso mostrará que não tenho nada a ver com isso", disse Borba.
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, confirmou ontem que recebeu o ex-assessor do PMDB Roberto Bertholdo em seu gabinete na presidência da empresa, no Rio de Janeiro, em 25 de outubro do ano passado.
Ele, no entanto, disse "não se lembrar" do que tratou com Bertholdo. "Olha, acho que a conversa foi tão banal que eu não me lembro do que conversamos."
Machado disse que recebeu Bertholdo atendendo a um pedido de José Borba. Informado de que a reunião com Bertholdo foi agendada por sua secretária em 20 de outubro, três dias após a renúncia de Borba, Machado disse: "Atendi um pedido dele como líder, pode ser que essas gravações estejam com datas erradas".
O presidente da empresa disse que uma prova de que não existiu negociação é que o estaleiro Itajaí foi recusado pela Transpetro no processo licitatório. "O estaleiro Itajaí não fez o dever de casa e ficou fora. Só entrou no processo através da Justiça, nunca através de aceitação da Transpetro."
Segundo Machado, sete grupos e mais o estaleiro Itajaí, através de decisão judicial, disputam a construção de 26 navios em uma primeira etapa do processo "de revitalização da indústria naval".
O executivo confirmou que viajou a Brasília em 25 de outubro, depois da reunião com Bertholdo, mas negou que tenha viajado no mesmo vôo. "Não me lembro disso. Eu só falei com esse senhor a pedido do líder José Borba", disse.
Roberto Bertholdo, preso no Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), em Curitiba, disse à Folha que as gravações são parte de uma tentativa de desacreditá-lo. "Veja o absurdo: R$ 16 milhões é o valor comentado sobre o que a Transpetro economizou com uma tese sobre compensação de ICMS no setor de transportes. Não era negociata. Devia ser homenageado por buscar soluções e sou tratado como criminoso." Ele não quis falar sobre o vôo de retorno a Brasília.
(JOSÉ MASCHIO)


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