São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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PARTIDO AO MEIO

Em encontro do Diretório Nacional do PT, maioria aprova política econômica adotada por equipe de Lula

Genoino cobra ações emergenciais contra o desemprego no país

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, José Genoino, disse ontem que o partido adotará uma "postura de defesa ofensiva do governo do PT e do governo do presidente Lula". Ao mesmo tempo disse que há a "necessidade de [o governo federal adotar] algumas medidas emergenciais diante do problema grave do desemprego". E ressalvou: "mas é o governo quem vai definir as medidas, não o PT".
As declarações foram feitas durante o encontro do Diretório Nacional do partido, ocorrido em São Paulo e que termina hoje.
As frases de Genoino refletem os debates que ocorrem no partido. Ao mesmo tempo que quer defender o governo, ressente-se da adoção de uma política econômica menos ortodoxa e mais afinada com as suas teses históricas.
Na reunião, o campo majoritário, tendência que controla o diretório do partido e que abriga o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro José Dirceu (Casa Civil), apresentou e aprovou um texto-base que faz uma ampla defesa da política econômica promovida pela equipe do ministro Antonio Palocci (Fazenda). As tendências de esquerda, porém, tentariam ainda ontem aprovar algumas emendas.
Em março, a Executiva do PT causou polêmica em Brasília ao divulgar um texto intitulado "Em defesa do patrimônio ético do PT". No texto, cobrava mudanças que viabilizassem a adoção de programas sociais e o crescimento da economia, que encolheu 0,2% em 2003. A oposição (PSDB e PFL), por sua vez, passou a defender a política econômica e acusou setores da própria base aliada de tentar desestabilizar Palocci.

Articulação
A resolução da tese-guia determina a importância de "articular a defesa do PT e do nosso governo, com o objetivo de reforçar o nosso projeto de mudanças estratégicas para o país, defendendo as realizações do governo Lula, frente à realidade em que governamos e às dificuldades encontradas".
O texto prossegue afirmando que "essa iniciativa do partido deve se realizar em todas as frentes de atuação, em plenárias e seminários de filiados, em todos os diretórios municipais e zonais, em reuniões com os diversos segmentos da opinião pública, bem como os parlamentares e o movimento sindical e popular".
Para Genoino, o governo tem rumo. "Temos de nos comportar como partido de governo". No encontro, a esquerda apresentou documento no qual pede, entre outras coisas, o estabelecimento do salário mínimo em R$ 300, e a redução do superávit primário. Esse texto obteve 21 votos, contra 43 do apresentado pelo do grupo majoritária.


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