São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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Alunos da UnB encerram invasão de reitoria

Movimento, chamado por estudantes de "vitorioso", alcançou os principais pontos reivindicados em duas semanas de invasão

Manifestantes pretendiam limpar o prédio antes de entregá-lo; TCU bloqueou repasse de R$ 30,7 mi da universidade para a Finatec

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os estudantes decidiram ontem em assembléia encerrar a invasão do prédio da reitoria da UnB (Universidade de Brasília), que completou duas semanas. A liberação do prédio, no entanto, ficou para hoje.
Antes de entregarem o prédio ao novo reitor, Roberto Aguiar, os estudantes pretendem limpar e organizar a reitoria. Logo após a decisão, que reuniu cerca de 350 estudantes em assembléia, cartazes do movimento foram arrancados das paredes e barracas, recolhidas.
Os estudantes passaram a tarde em clima de despedida e com música alta, comemorando o que eles chamaram de "movimento vitorioso".
"Foi uma vitória bonita, vamos sair daqui com força e de cabeça erguida. Vamos avançar para que a próxima gestão seja democrática. Se não for, a gente ocupa de novo", disse Fábio Felix, um dos líderes.
Aguiar, o reitor pro tempore, também comemorou a liberação do prédio e disse que eventuais pequenos danos ao prédio não serão considerados.
Em duas semanas de invasão, os alunos conseguiram os principais pontos por eles reivindicados: o afastamento definitivo do reitor, Timothy Mulholland, e de seu vice, Edgar Mamiya. Mulholland foi acusado pelo Ministério Público Federal de ter usado irregularmente verba de pesquisa na decoração do apartamento funcional onde ele morava.
Ainda está em discussão a paridade nas eleições para reitor e a formação de um congresso estatuinte também paritário -as outras pautas do movimento de invasão.

TCU
Um repasse de R$ 30,7 milhões da UnB para a Finatec (fundação de apoio ligada à instituição) foi bloqueado anteontem pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A fundação citada é a mesma envolvida na compra da mobília do apartamento funcional.
A verba é referente ao Reuni (programa de reestruturação e expansão de universidades federais) e, segundo o tribunal, foi utilizada pela universidade com dispensa imprópria de licitação para evitar a devolução do dinheiro à União. Os R$ 30,7 milhões foram concedidos pelo Ministério da Educação no dia 28 de dezembro do ano passado e não haveria tempo hábil para utilizá-los no mesmo exercício, por isso a opção pela contratação da Finatec sem licitação no dia 31 de dezembro.
Além da Finatec, são apontadas irregularidade em contratos da universidade com outras duas fundações de apoio -Fepad e Fubra.
A assessoria de imprensa da UnB afirmou que a instituição está passando por uma mudança de gestão e que o novo reitor não teve tempo de se posicionar sobre as supostas irregularidades. Por isso não quis comentar o assunto.
(JOHANNA NUBLAT)


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