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Alunos da UnB encerram invasão de reitoria
Movimento, chamado por estudantes de "vitorioso", alcançou os principais pontos reivindicados em duas semanas de invasão
Manifestantes pretendiam limpar o prédio antes de entregá-lo; TCU bloqueou repasse de R$ 30,7 mi da universidade para a Finatec
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os estudantes decidiram ontem em assembléia encerrar a
invasão do prédio da reitoria da
UnB (Universidade de Brasília), que completou duas semanas. A liberação do prédio, no
entanto, ficou para hoje.
Antes de entregarem o prédio ao novo reitor, Roberto
Aguiar, os estudantes pretendem limpar e organizar a reitoria. Logo após a decisão, que
reuniu cerca de 350 estudantes
em assembléia, cartazes do movimento foram arrancados das
paredes e barracas, recolhidas.
Os estudantes passaram a
tarde em clima de despedida e
com música alta, comemorando o que eles chamaram de
"movimento vitorioso".
"Foi uma vitória bonita, vamos sair daqui com força e de
cabeça erguida. Vamos avançar
para que a próxima gestão seja
democrática. Se não for, a gente
ocupa de novo", disse Fábio Felix, um dos líderes.
Aguiar, o reitor pro tempore,
também comemorou a liberação do prédio e disse que eventuais pequenos danos ao prédio
não serão considerados.
Em duas semanas de invasão,
os alunos conseguiram os principais pontos por eles reivindicados: o afastamento definitivo
do reitor, Timothy Mulholland,
e de seu vice, Edgar Mamiya.
Mulholland foi acusado pelo
Ministério Público Federal de
ter usado irregularmente verba
de pesquisa na decoração do
apartamento funcional onde
ele morava.
Ainda está em discussão a paridade nas eleições para reitor e
a formação de um congresso estatuinte também paritário -as
outras pautas do movimento de
invasão.
TCU
Um repasse de R$ 30,7 milhões da UnB para a Finatec
(fundação de apoio ligada à instituição) foi bloqueado anteontem pelo TCU (Tribunal de
Contas da União). A fundação
citada é a mesma envolvida na
compra da mobília do apartamento funcional.
A verba é referente ao Reuni
(programa de reestruturação e
expansão de universidades federais) e, segundo o tribunal,
foi utilizada pela universidade
com dispensa imprópria de licitação para evitar a devolução
do dinheiro à União. Os R$ 30,7
milhões foram concedidos pelo
Ministério da Educação no dia
28 de dezembro do ano passado
e não haveria tempo hábil para
utilizá-los no mesmo exercício,
por isso a opção pela contratação da Finatec sem licitação no
dia 31 de dezembro.
Além da Finatec, são apontadas irregularidade em contratos da universidade com outras
duas fundações de apoio -Fepad e Fubra.
A assessoria de imprensa da
UnB afirmou que a instituição
está passando por uma mudança de gestão e que o novo reitor
não teve tempo de se posicionar sobre as supostas irregularidades. Por isso não quis comentar o assunto.
(JOHANNA NUBLAT)
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