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ELEIÇÃO
PT quer investigação de acordo entre deputados petebistas e Maluf em São Paulo
Programa do PSDB esbarra na "ilegalidade'
LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
O PSDB utilizou seu programa
na televisão anteontem para divulgar as realizações e obras do
governo Fernando Henrique Cardoso. No final, disse que o Brasil
tem de "continuar" com Fernando
Henrique e o PSDB.
"Do Real para cá, apenas quatro
anos se passaram, mas o governo
do PSDB já conseguiu colocar o
país em pé. Já avançou muito. E
agora o Brasil tem de continuar
nesse rumo. Tem de continuar andando para a frente com Fernando
Henrique e o PSDB", afirmou o
locutor do programa.
FHC e o seu governo são citados
diretamente sete vezes, sem contar reproduções de manchetes de
jornais em que aparece o nome do
presidente. As citações são acompanhadas de imagens do presidente.
Um ministro do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) ouvido pela
Folha -ele pediu para não ser
identificado- disse que o programa do PSDB, pelo menos na parte
que fala da suposta necessidade de
continuidade do governo FHC, ficou no limite da legalidade.
A Lei dos Partidos veda utilização da propaganda partidária para
divulgar candidatos. No programa
do PSDB, FHC não é apresentado
como candidato à reeleição, mas
isso fica implícito.
A lei 9.096/95 diz que a propaganda partidária gratuita será realizada para "difundir os programas partidários, transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário e das
atividades congressuais do partido e divulgar a posição do partido
em relação a temas políticos-comunitários".
Se o TSE julgar procedente representação contra o partido, cassará o direito de transmissão do
programa no próximo semestre.
Petebistas
O PT vai pedir à corregedoria da
Câmara que abra sindicância para
investigar se houve quebra de decoro por parte de deputados do
PTB que negociaram apoio do
partido ao pré-candidato do PPB
ao governo de São Paulo, Paulo
Maluf. Caso seja comprovada a
negociação, ficará caracterizada a
falta de decoro parlamentar, motivo para cassação.
Já o PT de São Paulo vai entrar
hoje com representação junto ao
corregedor eleitoral do Estado, Julio Cesar Viseu Junior, para que se
apure as informações de que o
pré-candidato Paulo Maluf (PPB)
teria oferecido R$ 3 milhões para
ter o apoio do PTB nas eleições.
"Não há nada de ilegal nessa negociação (com Maluf), mas é politicamente condenável", afirmou o
líder do PTB na Câmara, Paulo
Heslander (MG).
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