São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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PSDB

Secretário de Governo de FHC será o homem forte em Brasília

Campanha de Serra muda e terá novo coordenador

Lula Marques/Folha Imagem
José Serra, Rita Camata e Pimenta da Veiga na reunião do comando de campanha do PSDB


RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de perder o segundo lugar nas pesquisas para Ciro Gomes (PPS), a campanha do tucano José Serra será reformulada.
O atual secretário de Governo, João Roberto Vieira da Costa, o Bob, deve ser o novo homem forte do comitê eleitoral do candidato em Brasília, que pode ainda ganhar o reforço do ministro Euclides Scalco, secretário-geral da Presidência da República.
As mudanças foram decididas em sucessivas reuniões realizadas em São Paulo entre o domingo e a terça-feira passada. Serra pediu ao presidente Fernando Henrique Cardoso que liberasse Vieira da Costa. FHC também deu sugestões para as correções de rumo e deve se integrar mais ao palanque do candidato tucano.
Pimenta da Veiga, atual coordenador político, permanecerá na campanha, mas perde poder.
A área mais atingida da campanha deve ser a de imprensa, que, para a cúpula tucana, não estava funcionando. A reformulação do setor de imprensa é o pretexto para a entrada de Vieira da Costa, mas, na realidade, ele terá amplos poderes sobre todas as atividades do comitê eleitoral.
Vieira da Costa é o "homem de confiança" de Serra, assim como o ministro Sérgio Motta (Comunicações) foi de Fernando Henrique. Ele era seu braço direito já no Ministério da Saúde, onde ocupava a secretaria de Comunicação.
Vieira da Costa deve exercer também tarefas na articulação política, coisa que eventualmente já vem fazendo. O secretário teve papel importante nas articulações de Serra em Minas, por exemplo.
Mas uma outra hipótese ainda não foi afastada: além de Vieira da Costa, o comitê vir a ser reforçado também por Euclides Scalco, que foi coordenador político da reeleição de FHC. Alguns setores da cúpula da campanha de Serra defendem o nome do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros. Difícil. Ele deixou o governo em circunstâncias no epicentro do escândalo do chamado "grampo do BNDES".
Além da mudança de pessoal, haverá modificação na estratégia do candidato. Até a noite de terça, Serra pretendia dedicar os próximos dias para viagens às regiões mais distantes e pobres do Brasil. Agora, deverá concentrar sua atuação no eixo Sudeste-Sul.
A campanha do tucano procura desvincular a reformulação à queda de Serra nas pesquisas. Mas isso fica evidente não só no novo roteiro de viagens (os maiores colégios eleitorais do país), como na agenda montada para preencher os espaços políticos e combater o crescimento de Ciro Gomes (PPS), que tirou de Serra o segundo lugar nas pesquisas.
Na próxima semana, Serra terá em Brasília pelo menos três eventos destinados a ter grande repercussão na mídia: um encontro com "a maioria" dos governadores (nas contas do tucano, são 17 os governadores que o apóiam), um encontro com cem prefeitos de grandes cidades brasileiras e uma reunião com os coordenadores de cada partido na campanha.
Já no sábado, 20, a campanha chegará às ruas por meio de 2.100 outdoors a serem colocados em 30 grandes cidades. O atraso já estava deixando Serra impaciente. Mas o fato é que a campanha, além de desorganizada e compartimentada, sofre com a falta de contribuições financeiras. Todos os setores foram advertidos para promover ajustes.



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