São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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Tucano ouve as reclamações de aliados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reunião de emergência da campanha de José Serra realizada ontem em Brasília foi uma tentativa de demonstrar que não há debandada de aliados, apesar da ascensão de Ciro Gomes (PPS) nas pesquisas, e para que os tucanos ouvissem as queixas dos aliados peemedebistas e pefelistas.
No encontro, Serra disse estar tranquilo em relação à dianteira de sete pontos percentuais de Ciro, segundo pesquisa Ibope divulgada anteontem. Classificou de "onda" e de "oscilações" a perda do segundo lugar.
Para tranquilizar os aliados, o tucano apresentou um levantamento mostrando que todos os principais candidatos tiveram forte crescimento nas pesquisas após os programas de TV dos partidos. Disse que é o que está acontecendo com Ciro agora. Falou que não "está preocupado com pesquisa" e que está animado. "Sou de pegar o osso e não largar, como um buldogue", disse.
O PMDB, porém, cobrou de Serra uma atuação mais imediata para tentar reverter a vantagem de Ciro. "Não dá para aguardar o começo do horário eleitoral [em 20 de agosto" para colocar a campanha na rua", disse o presidente do PMDB, Michel Temer.
Os peemedebistas querem que Fernando Henrique Cardoso "vá para a rua junto com o Serra", segundo o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
Após a reunião, Serra relativizou a entrada de FHC na campanha: "O melhor que o presidente pode fazer é continuar governando com responsabilidade". Serra mudou ontem a linha de seu discurso, falando menos de economia e mais da área social. "O centro deve ser o debate sobre o problema das pessoas, da economia, nós sabemos como cuidar."
A tentativa de demonstrar que não será abandonado politicamente foi parcialmente bem-sucedida, porque esteve lá o vice-presidente Marco Maciel, pefelista que negou estar abandonando Serra por Ciro, e a cúpula do PMDB. No entanto, faltaram tucanos de peso, como o presidente da Câmara, Aécio Neves, candidato a governador de Minas pelo PSDB, e Tasso Jereissati, ex-governador e candidato ao Senado no Ceará. Aécio e Tasso têm alianças regionais com o PPS de Ciro.


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