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Tucano ouve as reclamações de aliados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A reunião de emergência da
campanha de José Serra realizada
ontem em Brasília foi uma tentativa de demonstrar que não há debandada de aliados, apesar da ascensão de Ciro Gomes (PPS) nas
pesquisas, e para que os tucanos
ouvissem as queixas dos aliados
peemedebistas e pefelistas.
No encontro, Serra disse estar
tranquilo em relação à dianteira
de sete pontos percentuais de Ciro, segundo pesquisa Ibope divulgada anteontem. Classificou de
"onda" e de "oscilações" a perda
do segundo lugar.
Para tranquilizar os aliados, o
tucano apresentou um levantamento mostrando que todos os
principais candidatos tiveram
forte crescimento nas pesquisas
após os programas de TV dos
partidos. Disse que é o que está
acontecendo com Ciro agora. Falou que não "está preocupado
com pesquisa" e que está animado. "Sou de pegar o osso e não largar, como um buldogue", disse.
O PMDB, porém, cobrou de
Serra uma atuação mais imediata
para tentar reverter a vantagem
de Ciro. "Não dá para aguardar o
começo do horário eleitoral [em
20 de agosto" para colocar a campanha na rua", disse o presidente
do PMDB, Michel Temer.
Os peemedebistas querem que
Fernando Henrique Cardoso "vá
para a rua junto com o Serra", segundo o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
Após a reunião, Serra relativizou a entrada de FHC na campanha: "O melhor que o presidente
pode fazer é continuar governando com responsabilidade". Serra
mudou ontem a linha de seu discurso, falando menos de economia e mais da área social. "O centro deve ser o debate sobre o problema das pessoas, da economia,
nós sabemos como cuidar."
A tentativa de demonstrar que
não será abandonado politicamente foi parcialmente bem-sucedida, porque esteve lá o vice-presidente Marco Maciel, pefelista que negou estar abandonando
Serra por Ciro, e a cúpula do
PMDB. No entanto, faltaram tucanos de peso, como o presidente
da Câmara, Aécio Neves, candidato a governador de Minas pelo
PSDB, e Tasso Jereissati, ex-governador e candidato ao Senado
no Ceará. Aécio e Tasso têm alianças regionais com o PPS de Ciro.
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