|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça determina soltura de 33 sem-terra
Procuradoria diz que governo interferiu no processo que libertou manifestantes acusados de invadir Câmara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A 10ª Vara da Justiça Federal
determinou, na madrugada de
sábado, a libertação dos últimos 33 integrantes do MLST
(Movimento de Libertação dos
Sem-Terra), detidos após a invasão e depredação da Câmara,
em 6 de junho. Em nota, o Ministério Público acusou o governo federal de ter "interferido diretamente" no processo
de soltura dos militantes.
Segundo os procuradores
responsáveis pelo caso, a interferência teria se dado por meio
da Ouvidoria Agrária Nacional.
O Ministério Público diz que
a Ouvidoria enviou documentos para o juiz que analisa o
processo, o que não seria legal.
"A decisão (do juiz), ademais,
foi proferida com base também
nesses documentos, aos quais o
Ministério Público Federal não
teve acesso", dizem os procuradores. A Folha contatou a assessoria de imprensa da Ouvidoria, mas não obteve resposta.
Na nota, a Procuradoria ressaltou ter "grande preocupação" quanto à tramitação do
processo devido à concessão da
liberdade provisória. Os procuradores argumentam que a
maior parte dos militantes não
comprovou ter residência fixa
nem ocupação lícita.
A 10ª Vara não repassou o
teor da decisão. Segundo a defesa dos sem-terra, o juiz argumentou que o fato de os membros não terem residência fixa
não pode ser usado contra eles.
O juiz também teria argumentado que, embora o Ministério Público tenha imputado
vários crimes aos integrantes,
"a gravidade em abstrato dos
delitos praticados não é motivo, por si só, para autorizar a
prisão preventiva". Em 10 de
julho, a Procuradoria denunciou à Justiça 116 militantes do
MLST por crime político, formação de quadrilha, lesão corporal, dano contra o patrimônio público e resistência a ato
legal de servidor público.
Texto Anterior: A lista dos 15 Próximo Texto: Manaus: Dois sargentos se afogam na piscina Índice
|