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Painel
Chicana baiana
FHC dará os incentivos para a
Ford se instalar na Bahia. A saída para contornar restrições da
OMC será a edição de uma MP
prevendo incentivos para qualquer indústria que queira ir para a região, não só as do setor
automotivo. Mas redigida para
atender apenas à montadora.
Pisou no tomateiro
No governo, circula a versão
de que a saída de Pio Borges do
BNDES nada tem a ver com a
reforma ministerial. FHC não
teria gostado de ver o banco
avalizar publicamente o projeto
da Ford na BA, quando o assunto ainda era discutido.
Só diplomacia
É para consumo externo o
apoio de empresários a Clóvis
Carvalho no Ministério do Desenvolvimento. Reservadamente, duvidam de que ele deixará de fazer o jogo de Malan.
Destroço de guerra
Pimenta da Veiga (Comunicações) não saiu do Alvorada
durante a articulação da reforma, mas foi o maior perdedor
entre os tucanos. FHC quis apenas ser gentil quando disse que
dividiria a coordenação política
com Aloysio Nunes Ferreira.
Tucano por acaso
Aloysio Nunes Ferreira só entrou para o PSDB por medo de
não se reeleger no ano passado.
Em 94, quando o PMDB fez 15
deputados, ele já havia sido o
último da lista. Em 98, como os
cálculos anteciparam, só se elegeriam 5 peemedebistas.
Céu de brigadeiro
Desprestigiado por ter seu
cargo oferecido ao PMDB,
Bresser Pereira pediu o boné.
Weffort (Cultura), que passou
pela mesmo situação, não deu
pio. Para não perder o avião da
FAB, dizem más línguas.
Esperneio goiano
Ao saber que o PMDB de
Goiás poderia ficar com a Ciência e Tecnologia, o governador
Marconi Perillo fez uma ligação
irada para o Planalto. Aos berros, disse que seria uma afronta
seus adversários levarem algo
melhor do que já tinham.
Ciranda de espertezas
Antônio Brito (PMDB-RS) foi
o pai da idéia da fusão do Ministério das Comunicações com
a Secretaria de Comunicação.
Para ficar com ele, é claro. Pimenta da Veiga comprou a
idéia pensando em si, mas Andrea Matarazzo, que outra vez
morreu na praia (esperava ser
ministro), acabou com a festa.
Dança das cadeiras
A aposta sexta à noite no Banco do Brasil era que Luiz Jorge,
chefe de gabinete de Clóvis Carvalho na Casa Civil e funcionário do banco, seria nomeado
para a presidência do BB -no
caso de Andrea Calabi ser confirmado no BNDES.
Não seria o único
O deputado Barbosa Neto
não ouviu os conselhos do pai,
que sempre o mandou estudar,
e perdeu um ministério. Indicado pelo PMDB de Goiás para a
Ciência e Tecnologia, dançou
quando o Planalto descobriu
um detalhe: ele não tem curso
superior completo.
Efeito colateral
No velório de Montoro, na
sexta, empresários de São Paulo
comemoravam o que consideram o único acerto, ainda que
involuntário, de FHC na reforma ministerial: a indicação de
Fernando Bezerra. Razão: abre
espaço para um paulista, Moreira Ferreira, na rica CNI, tradicional feudo nordestino.
Inimigo reforçado
Os paulistas chegam divididos ao poder na CNI. Moreira
Ferreira, ex-presidente da
Fiesp, trava uma guerra de bastidores na federação com o
atual, Horácio Piva.
Águas vão rolar
Antes do anúncio oficial da
reforma ministerial já havia
quem previsse uma nova polêmica que FHC terá que administrar dentro do governo. Fernando Bezerra (Integração) é
grande defensor da transposição das águas do São Francisco
-para horror de ACM.
TIROTEIO
De FHC, então candidato a
senador na eleição de 1978, sobre a alta taxa de juros da época:
- O sistema foi montado para beneficiar só as grandes empresas e uma camada de especuladores. É uma máquina infernal de sugar dinheiro da
maioria para dar aos prestamistas do Estado, cuja ação predatória se reflete na dívida pública, na dívida externa.
CONTRAPONTO
A História se repete
Muitos anos antes de Celso Lafer virar ministro do Desenvolvimento, Tancredo Neves lhe
contou um episódio ocorrido
no segundo governo Getúlio
Vargas (51-54).
O presidente queria reformar
seu gabinete e convocou Tancredo -que se tornaria ministro da Justiça- para sondar um
velho amigo: Oswaldo Aranha.
O então deputado mineiro
procurou o advogado e diplomata gaúcho. Começou puxando conversa sobre assuntos jurídicos, pois o interlocutor havia
sido ministro da Justiça no primeiro governo de Vargas (30-45). Aranha calou-se.
Tancredo enveredou então
pela política externa, lembrando
o sucesso do ex-chanceler na
Assembléia das Nações Unidas.
Nada.
Finalmente, o futuro ministro
perguntou sobre economia.
Aranha não parou mais de falar.
Aí Tancredo interrompeu as
reminiscências, olhou para Celso Lafer e concluiu:
- E foi assim que tiramos seu
tio (Horácio Lafer) da Fazenda...
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