São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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SÃO PAULO

Campanha do pepebista vai investir na imagem de que só o ex-prefeito pode resolver os problemas do Estado

Maluf se assume como "mal necessário"

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPB ao governo do Estado, Paulo Maluf, líder em intenções de votos -43% segundo o Datafolha-, vai fazer sua campanha amparado em uma sugestão de grupos de eleitores ouvidos por pesquisas do seu comitê: "Maluf é um mal necessário para São Paulo".
A participação recente de José Messias -conhecido jurado de concursos da TV- no programa de "Raul Gil" (TV Record), quando tirou o chapéu para Maluf, ajudou a consolidar a linha da propaganda e marketing do PPB.
Na ocasião, o jurado disse que não gostava de Maluf, mas tirava o chapéu -sinal de aprovação ao político- por um motivo: só ele é capaz de resolver os problemas enfrentados pelos paulistas.
"Muita gente pode até achar o Maluf antipático, chato, mas vê na candidatura dele a única saída", disse o jornalista e marqueteiro da campanha, José Maria Braga, debruçado sobre um catatau de pesquisas qualitativas -sondagens que apuram as percepções dos eleitores sobre os candidatos.
O "rouba mas faz", aforismo colado às jornadas eleitorais de Maluf, também está presente neste tipo de levantamento. "Como não existem provas que comprometam o candidato, o "rouba" está diminuindo de importância, segundo a percepção das pessoas, e ficando cada vez mais a marca de um político que faz", relatou Braga, ao exibir à Folha as primeiras peças da campanha que criou.
Da soma de percepções tiradas das pesquisas, veio o slogan que o ex-prefeito de São Paulo utilizará: "Maluf resolve". Para lastrear o apelo publicitário, o candidato tem duas promessas que considera mais fortes.
Uma tem prazo para ser cumprida: acabar com o crime organizado em seis meses -"ou não me chamo Paulo Maluf". A outra pode enfrentar complicações jurídicas: liberar os pedágios das estradas da meia-noite às 5h -""as concessionárias de rodovias que vão à Justiça contestar".
A informação de que autoridades de Jersey, paraíso fiscal no canal da Mancha, bloquearam pelo menos US$ 200 milhões em contas de Maluf, segundo revelou a Folha no ano passado, não preocupa o comando da campanha. É a avaliação feito pelo marqueteiro, mesmo reconhecendo que na época a notícia afetou a performance malufista nas pesquisas.
Os eleitores, calcula Braga, amparado em pesquisas qualitativas, estão satisfeitos com a defesa que o candidato fez em comerciais de rádio e TV. Nos anúncios, Maluf disse que sempre foi acusado e nunca apareceram provas.

Geraldo
O personagem Geraldo, que já apareceu em comerciais malufistas, será atração permanente no programa do horário gratuito preparado pela campanha do PPB. Com feições que lembram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) -principal concorrente no momento do pepebista, com 25% de intenções de votos segundo o Datafolha- o homônimo surgirá em situações constrangedoras que lembrariam o "caos do Estado", como diz Maluf.


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