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OUTRO LADO
"Preciso de casos concretos"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO A BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, João Paulo Cunha
(PT-SP), afirmou que não é correta a possível utilização de funcionários da Cope (Coordenação de
Programas Especiais) nos gabinetes parlamentares e nas lideranças
partidárias. Mas que precisa ver
"um caso concreto", antes de tomar providências.
"De repente, podem estar [nos
gabinetes e nas lideranças]. Não é
correto, mas podem estar. De repente, um caso ou outro pode estar. [...] Eles precisam estar na administração. Mas eu preciso ver
um caso concreto", disse João
Paulo em entrevista à Folha, na
última quinta-feira, em Brasília.
Disse não saber "se seria desvio",
se um caso fosse mostrado.
O presidente da Câmara disse
que conhece a Cope, mas não o
número de funcionários lotados
nela. Quando lhe foi perguntado
se os funcionários cumprem função administrativa, ele afirmou:
"Esses são administrativos. Eles
estão na secretaria de comunicação, na diretoria geral, em vários
lugares da Casa".
A respeito de a lotação ocorrer
na Cope, o deputado disse: "Para
poder ter mobilidade para isso
[atender aos órgãos da Casa].
Acabei de assinar a prorrogação
de um concurso. À medida que o
concurso for liberado, os CNEs
são liberados e voltam para cá. Aí
uma outra função precisa, e nós
liberamos."
Sobre a razão de a presidência
da Câmara já não nomear o funcionário diretamente na área em
que irá atuar, João Paulo afirmou:
"Porque não é correto abrir o cargo na diretoria, por exemplo, porque aí é um cargo de concurso.
Esse CNE fica provisoriamente,
mas pode ficar quatro, cinco anos.
É assim mesmo. A tese da legalidade é essa".
Elcione Barbalho
João Paulo disse que escolheu
pessoalmente a ex-deputada Elcione Barbalho: "Estamos estruturando um departamento de relações internacionais. Para completar a equipe desse trabalho,
convocamos uma pessoa do Itamaraty, duas pessoas da própria
Casa e resolvemos nomear, por
meio de um CNE, a ex-deputada
Elcione para ajudar nesse trabalho. Por quê? Porque ela conhece
muito a Casa e tem muito conhecimento de relações internacionais. Como não tinha mais CNE
na presidência, eu solicitei que o
ouvidor cedesse um da ouvidoria
para a [ex-]deputada Elcione."
Segundo João Paulo, a nomeação de Elcione não foi indicação
do PMDB. "Ela é uma ex-deputada conhecida na Casa de todo
mundo, todo mundo conhece ela,
todo mundo, se pudesse opinar,
indicaria ela (...) Foi escolha minha, depois de consultar, é claro,
diversos deputados."
A unidade de relações internacionais funcionará na presidência. Sobre a possibilidade de Elcione ter o ponto liberado, o deputado disse: "Olha, ela vai trabalhar por produção. Por exemplo,
eu acabei de voltar do Uruguai,
vou para o Paraguai, Chile e México. Ela foi com as mulheres no
Uruguai, ficou lá no final de semana. Ela vai produzir um relatório
da viagem e vai organizar a próxima viagem. É assim que ela trabalha. Se ela ficar aqui na Câmara,
excelente".
Sobre eventual dispensa de Elcione para trabalhar no Pará, João
Paulo disse: "De repente, ela tem
de voltar para o Estado dela um
dia. Ela volta lá e depois vem para
a Câmara de novo, desde que
cumpra suas funções que estão
determinadas".
(VALDO CRUZ E RUBENS VALENTE)
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