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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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OUTRO LADO

"Preciso de casos concretos"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DO ENVIADO A BRASÍLIA

O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), afirmou que não é correta a possível utilização de funcionários da Cope (Coordenação de Programas Especiais) nos gabinetes parlamentares e nas lideranças partidárias. Mas que precisa ver "um caso concreto", antes de tomar providências.
"De repente, podem estar [nos gabinetes e nas lideranças]. Não é correto, mas podem estar. De repente, um caso ou outro pode estar. [...] Eles precisam estar na administração. Mas eu preciso ver um caso concreto", disse João Paulo em entrevista à Folha, na última quinta-feira, em Brasília. Disse não saber "se seria desvio", se um caso fosse mostrado.
O presidente da Câmara disse que conhece a Cope, mas não o número de funcionários lotados nela. Quando lhe foi perguntado se os funcionários cumprem função administrativa, ele afirmou: "Esses são administrativos. Eles estão na secretaria de comunicação, na diretoria geral, em vários lugares da Casa".
A respeito de a lotação ocorrer na Cope, o deputado disse: "Para poder ter mobilidade para isso [atender aos órgãos da Casa]. Acabei de assinar a prorrogação de um concurso. À medida que o concurso for liberado, os CNEs são liberados e voltam para cá. Aí uma outra função precisa, e nós liberamos."
Sobre a razão de a presidência da Câmara já não nomear o funcionário diretamente na área em que irá atuar, João Paulo afirmou: "Porque não é correto abrir o cargo na diretoria, por exemplo, porque aí é um cargo de concurso. Esse CNE fica provisoriamente, mas pode ficar quatro, cinco anos. É assim mesmo. A tese da legalidade é essa".

Elcione Barbalho
João Paulo disse que escolheu pessoalmente a ex-deputada Elcione Barbalho: "Estamos estruturando um departamento de relações internacionais. Para completar a equipe desse trabalho, convocamos uma pessoa do Itamaraty, duas pessoas da própria Casa e resolvemos nomear, por meio de um CNE, a ex-deputada Elcione para ajudar nesse trabalho. Por quê? Porque ela conhece muito a Casa e tem muito conhecimento de relações internacionais. Como não tinha mais CNE na presidência, eu solicitei que o ouvidor cedesse um da ouvidoria para a [ex-]deputada Elcione."
Segundo João Paulo, a nomeação de Elcione não foi indicação do PMDB. "Ela é uma ex-deputada conhecida na Casa de todo mundo, todo mundo conhece ela, todo mundo, se pudesse opinar, indicaria ela (...) Foi escolha minha, depois de consultar, é claro, diversos deputados."
A unidade de relações internacionais funcionará na presidência. Sobre a possibilidade de Elcione ter o ponto liberado, o deputado disse: "Olha, ela vai trabalhar por produção. Por exemplo, eu acabei de voltar do Uruguai, vou para o Paraguai, Chile e México. Ela foi com as mulheres no Uruguai, ficou lá no final de semana. Ela vai produzir um relatório da viagem e vai organizar a próxima viagem. É assim que ela trabalha. Se ela ficar aqui na Câmara, excelente".
Sobre eventual dispensa de Elcione para trabalhar no Pará, João Paulo disse: "De repente, ela tem de voltar para o Estado dela um dia. Ela volta lá e depois vem para a Câmara de novo, desde que cumpra suas funções que estão determinadas".
(VALDO CRUZ E RUBENS VALENTE)


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