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Toninho depõe sobre offshore ligada ao Rural
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de afirmar a uma delegação da CPI dos Correios que fez
operações para políticos do PT, o
doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona,
vai prestar novo depoimento
amanhã. Dessa vez, ao Ministério
Público em Curitiba.
Dependendo do desempenho,
os procuradores poderão acenar
com proposta de acordo para redução de sua pena -de 25 anos,
oito meses e 22 dias de prisão-
caso colabore com o trabalho de
Justiça: a delação premiada.
Segundo o procurador da República Vladimir Aras -integrante da força-tarefa que investiga operações de lavagem de dinheiro a partir do Banestado-
seu depoimento foi requisitado à
Justiça para que preste esclarecimentos sobre transações via Trade Link Bank, uma offshore ligada ao Banco Rural.
Aberto desde o ano passado, o
inquérito sobre a offshore [empresa aberta no exterior sem necessidade de identificação do dono] ganha novo fôlego com a revelação do publicitário Duda
Mendonça de que teve sua conta
no exterior abastecida pela Trade
Link Bank. Toninho da Barcelona, por sua vez, prometeu dar detalhes das operações à CPI.
Autor da denúncia contra o doleiro em Curitiba -onde foi condenado a nove anos- Aras afirma que há interesse em sua colaboração. Segundo Aras, seria importante que o doleiro traduzisse,
por exemplo, arquivos apreendidos na sua casa de câmbio, a Barcelona Tour. Os beneficiários são
identificados em código.
"É preciso saber se ele quer e
tem como colaborar", ressalta
Aras, lembrando que, no ano passado, Toninho da Barcelona rejeitou proposta de acordo. Hoje responsável pelo caso -em fase de
recurso- o procurador Carlos
Augusto da Silva Cazarré assistirá
ao depoimento. "Consultarei a
força-tarefa [que levou à prisão].
Vamos ver se as informações que
têm a oferecer justificam um
acordo", disse ele. Cazarré faz, no
entanto, questão de frisar que a situação de Toninho é mais delicada, uma vez que foi condenado
em três diferentes jurisdições. Em
geral, a delação premiada é negociada antes da decisão judicial.
Acusado de lavagem de dinheiro,
o doleiro está preso desde o dia 16
de agosto do ano passado.
Interpol prende doleiro
Foragido desde abril, o doleiro
Hélio Renato Laniado foi preso
anteontem em Praga, capital da
República Tcheca, pela Interpol.
Denunciado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha, ele é acusado de
remessa ilegal de US$ 1,2 bilhão
para o exterior, de outubro de
1995 a junho de 2002.
Até agora, foram bloqueados
US$ 3,6 milhões em duas de suas
contas nos Estados Unidos.
O procurador Aras elaborou
ontem o pedido de extradição de
Laniado.
O doleiro ia para a Holanda,
num vôo da KLM, e foi preso
quando fazia escala em Praga. Seu
provável destino era Lisboa. Segundo Aras, ele poderá contribuir
para as investigações da CPI dos
Correios sobre movimentação ilegal de dinheiro no exterior.
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