São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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outro lado

Defesa aponta contradições na acusação

Advogado do governador Jackson Lago (PDT) diz que "em nenhum momento" verba pública foi usada para angariar votos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB) e a defesa do governador Jackson Lago (PDT) rechaçam as acusações de que recursos do Estado foram desviados para financiar a campanha de 2006. Desqualificam os depoimentos das testemunhas de acusação prestados à Justiça Eleitoral em abril, dizendo que se tratam de declarações contraditórias.
Procurado por meio da assessoria do governo do Maranhão, Lago preferiu não se manifestar sobre as acusações. A alegação foi a de que a agenda do governador "estava cheia".
No governo maranhense, ninguém cogita a possibilidade de Lago ser cassado. "Esse processo é uma montagem. É choro dos Sarney. Eles são vingativos, não querem perder", argumenta José Reinaldo, lembrando que a eleição de 2006 representou a primeira derrota da família Sarney em 40 anos de política no Maranhão.
O ex-governador nega fraudes nos convênios. Questionado sobre as ilegalidades detectadas pelo TCE-MA, José Reinaldo afirma que não administrou nenhum dos convênios. "Minhas contas foram todas aprovadas pelo mesmo TCE", argumentou. Ele disse que os repasses foram maiores em 2006 porque só naquele ano as contas do governo estavam equilibradas e novos financiamentos puderam ser assinados.
O advogado Daniel Leite, um dos defensores de Lago no processo do TSE, diz que não há nenhuma prova de que recursos públicos foram usados para beneficiar a vitória do pedetista. "Não houve compra de voto, abuso de poder nem uso da máquina. As provas da acusação estão lá e as da defesa também."
Para Leite, os depoimentos das testemunhas de acusação não refletem a verdade.
Ele classifica como "infames" as declarações do dirigente do PV em Olinda Nova, que disse ter sido orientado a comprar cigarros de maconha para trocar por votos para Lago. "A dirigente do PDT deixou claro que não repassou dinheiro nem pediu para que fossem comprados votos, muito menos com cigarros de maconha", disse, completando que a defesa levou testemunhas que rebateram acusações de fraude no convênio com uma associação de moradores de um povoado em Grajaú e isentaram a participação de Lago no flagrante de compra de votos em Imperatriz.
O advogado não comentou o resultado das auditorias do TCE, que apontou irregularidades em dezenas de convênios. "Não tive acesso, desconheço as irregularidades", alegou, dizendo que, em nenhum momento, verba pública foi usada para angariar votos. "É uma ilação muito grande dizer que houve fraude em convênios para a campanha com base na constatação unilateral de um órgão de controle." (FO)


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