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CAMINHONAÇO
Proposta de renegociação de dívida inclui sugestões do PT
Partidos de oposição se
unem à bancada ruralista
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
Os partidos de oposição se aliaram à bancada ruralista no Congresso em apoio às reivindicações
e à manifestação dos produtores.
A aliança, difícil de imaginar no
passado, uniu PT, PC do B, PSB e
PDT a líderes ruralistas como o
deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), que despontou na política
ao fundar e presidir a UDR
(União Democrática Ruralista).
O líder do PT na Câmara, José
Genoino (SP), afirmou que houve
uma aliança pontual. Caiado, relator do projeto na Comissão de
Agricultura, incorporou em sua
proposta todas as sugestões do
PT. "A esquerda não pode resumir sua luta apenas à reforma
agrária quando se trata do problema do campo", disse Genoino.
O projeto de Caiado prevê que
os produtores que desviaram o
dinheiro dos créditos não terão
acesso aos critérios de renegociação. Além disso, pequenos e médios produtores terão facilidades
maiores do que os grandes.
"Quem aplicou o dinheiro de
forma incorreta, quem abusou,
não merece perdão", disse o líder
petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Lula, 1 milhão de propriedades agrícolas deixaram de
existir de 1985 até este ano. Desse
total, segundo Lula, 96% eram
propriedade de até cem hectares.
Ele criticou a decisão do governo de favorecer a instalação da
montadora Ford na Bahia. "Ele (o
presidente Fernando Henrique
Cardoso) dá tudo para a Ford e
não tem a coragem de reerguer a
agricultura cacaueira. Metade da
ajuda à Ford seria suficiente para
os produtores de cacau", disse.
O líder do bloco PC do B/PSB,
deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), disse que o único problema
da manifestação é que ela demorou acontecer. "Por muito menos,
agricultores europeus fazem manifestações contra o governo."
Para o PDT, a renegociação da
dívida é legítima. "Para qualquer
tamanho e para qualquer setor, é
justo. O país não tem uma política
agrícola", afirmou o deputado Vivaldo Barbosa (PDT-RJ).
Segundo esses partidos, os produtores são vítimas dos juros altos e da falta de uma política eficiente de crédito agrícola. No dia
26, a oposição promove a "marcha dos 100 mil" contra FHC.
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