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DÍVIDA
Segundo Pitta, medida ameaça pagamento de salários
Pitta vai à Justiça para pedir desbloqueio de conta no BB
da Reportagem Local
O prefeito de São Paulo, Celso
Pitta (sem partido), afirmou ontem que entrou na Justiça com
um mandado de segurança, solicitando o desbloqueio da conta
bancária do município no Banco
do Brasil.
De acordo com Pitta, caso a medida não seja suspensa até o final
do mês, existe a possibilidade de
não-pagamento dos salários dos
cerca de 140 mil funcionários da
prefeitura.
""Estou agindo no interesse do
cidadão paulistano. Não posso
permitir que o cidadão que paga
impostos seja privado dos serviços básicos a que tem direito por
conta de uma atitude intempestiva e sem razão de ser", disse.
O prefeito declarou ainda que
pode haver atraso no pagamento
de fornecedores ""não-estratégicos", sem citar casos específicos.
A assessoria do governo municipal informou que são depositados mensalmente na conta da
prefeitura no banco aproximadamente R$ 25 milhões.
Pitta foi avisado sobre a operação na segunda-feira. Segundo
ele, a conta foi bloqueada por causa do atraso no pagamento de
uma parcela de R$ 240 milhões de
uma operação de ARO (Antecipação de Receita Orçamentária)
-empréstimo com prazo inferior a um ano garantido pela receita do município-, ainda em
negociação com o governo.
O BB financia e carrega R$ 6 bilhões em títulos do município em
sua carteira, dos quais R$ 1,7 bilhão venceu em junho passado.
A dívida mobiliária total da prefeitura foi estimada por Pitta em
R$ 8,9 bilhões.
""Entendo isso como uma forma
de pressão ilegítima e desleal que
os negociadores encontraram para fazer com que a prefeitura cedesse no ponto que considero
fundamental, que é a redução da
taxa de juros do refinanciamento", declarou o prefeito.
Pitta propõe que parte da dívida
paulistana seja abatida com recursos fornecidos pela privatização da Anhembi Turismo, do autódromo de Interlagos, do estádio
do Pacaembu e por meio do direito de concessão da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo).
Também fazem parte da proposta, juros de 6% ao ano e prazo
de 30 anos para refinanciamento.
""Como o paulistano, que, por
meio de seus impostos, paga o financiamento da dívida do Estado
a uma taxa de 6% ao ano, é incitado a pagar um financiamento da
prefeitura a 9%? Qual a diferença
do paulista para o paulistano?",
perguntou o prefeito, que ainda se
referiu à atitude do governo como
""truculenta e desesperada".
Segundo Pitta, a medida ""talvez" tenha sido provocada pela
""intransigência" do ministro Pedro Malan (Fazenda), que teria se
mostrado ""irredutível" diante da
proposta apresentada pelo município durante encontro em Brasília, na semana passada.
O prefeito solicitou anteontem
uma audiência com o presidente
Fernando Henrique Cardoso para discutir o assunto, mas até ontem à noite ainda não havia obtido resposta.
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