São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2004

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PAINEL

Mitos e lendas
Teve origem no Palácio do Planalto a versão, vendida a jornalistas, de que o aumento de juros definido na quarta pelo Copom só não foi maior por interferência direta de Lula e Palocci. Tal movimento não existiu.

Tiro no pé
O objetivo da versão intervencionista era apresentar o presidente e o ministro como os "mocinhos" da história. No governo, porém, teme-se efeito diverso: dar a impressão de ingerência na política monetária.

Nova tentativa
José Dirceu entrou na parada para convencer Lula a editar a MP do plantio da soja transgênica. Antes, Aldo Rebelo e Roberto Rodrigues haviam feito o mesmo -e ouvido sonoro não.

Sem destino
O ministro Humberto Costa e a senadora Ideli Salvatti perderam o rumo. Na noite de quinta, quando os dois petistas seguiam para Florianópolis, o avião em que viajavam ficou sem bússola e teve de retornar a Brasília.

Viagem de estudos
O ministro Jaques Wagner (Conselhão) aproveitou a ida a Paris para ter um encontro com o economista Ignacy Sachs, responsável pelo Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais.

Na agenda
O tucano Alberto Goldman combinou com o Ministério da Justiça votar o crédito de R$ 20 mi para a campanha do desarmamento logo depois das eleições. "Desde que haja um relator", condiciona o deputado.

De carona
O problema do PSDB com os pedidos de crédito é que 17 deles, totalizando R$ 4,7 bi, chegaram ao Congresso na noite de terça para serem votados na quarta. Havia até compra de avião, a ser doado ao Senegal, misturada com desarmamento.

Casquinha
O verador tucano Ricardo Montoro lembra que a extensão da Radial Leste, a ser inaugurada por Lula em festa petista hoje em São Paulo, somente foi possível porque o governo estadual doou os terrenos para a prefeitura. No local, passavam antigas linhas de trens urbanos.

Fé inabalável
Luiza Erundina (PSB) tem repetido em entrevistas que, em 1988, amargava o quarto lugar e venceu na última hora a disputa pela prefeitura paulistana. Em 2000, ela carregou o mesmo discurso até o dia da eleição -e terminou em quarto.

Cesta básica 1
Candidato da esquerda do PT à Prefeitura de Porto Alegre, Raul Pont queixa-se da mão fechada da direção nacional, controlada pelo campo majoritário do partido. Até agora, a título de ajuda na campanha, teriam lhe oferecido apenas um show de Zezé Di Camargo e Luciano.

Cesta básica 2
A queixa de Pont é recorrente na esquerda petista. Seus candidatos estão convencidos de que a cúpula só ajuda os postulantes do campo majoritário, tratando os demais a pão e água.

Exercício retórico
Se houver chance de Lídice da Mata (PSB) ou Nelson Pellegrino (PT) irem ao segundo turno com João Henrique (PDT) em Salvador, Benito Gama (PTB) diz que renuncia para dar apoio. Não que exista muita chance.

Segunda mão
Revés para o clã Mão Santa em Teresina. Adalgisa, candidata do PMDB à prefeitura e mulher do folclórico senador, perdeu a liderança da disputa para o tucano Sílvio Mendes, a quem a pesquisa Ibope mais recente confere 11 pontos de vantagem.

TIROTEIO

Do deputado petista Paulo Delgado (MG), adversário da emenda constitucional que permitiria reeleger as Mesas do Congresso e citado como possível candidato à presidência da Câmara, sobre José Sarney:
-Assim como ele reconheceu que não tinha legitimidade para permanecer seis anos na Presidência, deveria ter a mesma sabedoria para entender que não seria legítimo ficar mais dois anos à frente do Senado.

CONTRAPONTO

Obras completas

Em resposta ao jantar do presidente Lula com um grupo de senadores da oposição, quase todos do PFL, o presidente do partido, Jorge Bornhausen, convocou uma entrevista coletiva.
O catarinense estava com a palavra quando o deputado Ônyx Lorenzoni, candidato da sigla à Prefeitura de Porto Alegre, fez entrada triunfal e apresentou o pedido de expulsão de Antonio Carlos Magalhães, articulador do encontro com Lula.
Seguindo o roteiro, Bornhausen prontamente protocolou o pedido e indicou um relator para o processo. Quando a notícia chegou ao gabinete de ACM, uma assessora foi à sede do PFL cobrar explicações: por que apenas o baiano, se outros pefelistas haviam participado do jantar?
O secretário-executivo do partido, Saulo Queiroz, que ouvia tudo calado, respondeu:
-Veja bem, minha filha, é pelo conjunto da obra!


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