São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2004

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ELEIÇÕES 2004/PESQUISA

Taxa de ótimo/bom sobe de 29% para 38%, e a de ruim/péssimo cai de 26% para 19%; 55% aprovam o desempenho do presidente

Aprovação da gestão Lula cresce 9 pontos desde junho, diz CNI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A avaliação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva atingiu neste mês a melhor marca do nas pesquisas CNI/Ibope. Em levantamento divulgado ontem, os entrevistados que consideram a gestão ótima ou boa somam 38% do total, em comparação com os 29% de junho e com os 34% de março.
O desempenho da administração federal, no entanto, não conseguiu superar o índice alcançado em dezembro de 2003, quando o governo atingiu seu pior desempenho no ano passado, 41% de avaliação positiva.
Na pesquisa divulgada ontem, a avaliação ruim/péssima caiu de 26% para 19%, e a "regular" oscilou dentro da margem de erro, de 42% para 40% no período.
"O resultado da pesquisa mostra que houve uma reversão da avaliação da população brasileira em relação ao governo, ao presidente e ao índice de confiança", afirmou Marco Antonio Guarita, diretor da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Aprovação
A aprovação de Lula passou de 51% para 55%, e os que desaprovam o presidente caíram de 42% para 36%. A confiança no presidente foi de 54% a 58%, no mesmo período, enquanto o grupo dos que não confiam em Lula foi reduzido de 43% para 37%.
A pesquisa ouviu 2.002 eleitores de 16 anos ou mais, entre os dias 9 e 14. As entrevistas foram realizadas em 140 municípios, com abrangência nacional. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Os dados da pesquisa, encomendada ao Ibope pela CNI, foram analisados pela MCI Estratégia.
"A preocupação [em relação aos] salários vem crescendo gradativamente desde março. Já para o desemprego, embora ainda seja a maior inquietação da população, o índice vem caindo", disse Amaury Teixeira, consultou da MCI. A diminuição no temor de perda do emprego vem acompanhando a queda do desemprego no país. A taxa de desocupação em seis regiões metropolitanas medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que atingiu o pico de 13,1% em abril, recuou para 12% em maio, 11,7% em junho e 11,2% em julho.
A retomada é atestada pela recuperação do emprego na indústria, como revelam dados divulgados anteontem pelo IBGE. Na comparação livre de efeitos sazonais, o emprego industrial subiu 0,5% em junho e 0,2% em julho.

Tarefas do governo
Em respostas preestabelecidas, 50% dos entrevistados responderam que a principal tarefa do governo é promover o crescimento e o emprego. O índice era de 58% em março e de 55% em junho. Melhorar os salários foi apontado por 27% (21% em março e 24%, em junho). As outras alternativas eram "controlar a inflação" (13%) e "melhorar as condições sociais" (9%). "No que se refere a emprego e economia, há uma evolução dos índices. Em outros indicadores, como a área social e de segurança, a alteração dos indicadores é pequena. Isso só reforça a percepção de que avaliação está bastante influenciada pela questão econômica", declarou Teixeira.
Em uma análise por público, o relatório da pesquisa indica que houve uma inversão da avaliação do governo nas capitais. Há três meses, 24% indicaram o governo como bom ou ótimo, em comparação com os 29% que consideravam a gestão Lula ruim ou péssima. Já nesta pesquisa, a avaliação positiva subiu para 33%, enquanto a negativa caiu para 22%.
A expectativa de aumento do desemprego caiu. Em junho, 55% dos entrevistados consideravam que o desemprego iria aumentar nos próximos seis meses. Já na última pesquisa, 44% vêem a perspectiva de um maior desemprego.
(LUIS RENATO STRAUSS)


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